Caixa precisa vender ativos para evitar ajuda federal em 2018, diz presidente

Loteria I 19.10.16

Por: sync

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O novo presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, afirmou que a estatal precisa vender ativos e cortar dividendos para evitar uma injeção de capital do governo em 2018. A informação foi publicada em reportagem do "Wall Street Journal" nesta terça (18).
Em entrevista ao jornal norte-americano, Occhi afirmou que o banco provavelmente não precisará de ajuda financeira governamental neste ano ou no próximo, e disse que a venda da divisão de loterias da Caixa é uma possibilidade.
"Estamos tomando várias medidas para reduzir a probabilidade de precisar de capital do governo [em 2018]", afirmou ao jornal. O executivo afirmou que a comercialização de ativos pode ocorrer para combater efeitos causados pela queda da qualidade dos empréstimos e pelas exigências globais de capital mais severas.
A reportagem afirma que, embora lucrativa, a Caixa foi afetada pela recessão brasileira e pelo alto número de empréstimos concedidos antes da crise.
Segundo o "WSJ", empréstimos inadimplentes cresceram nos últimos trimestres enquanto a receita líquida caiu rapidamente, e o nível de alavancagem do banco, usado para medir a força do sistema financeiro, caiu de 14% no segundo trimestre do ano passado para 12,78% no deste ano.
O presidente da instituição, no entanto, não descartou completamente uma injeção de capital em 2018. "Precisamos avaliar o cenário, para ver se o governo vai concordar em reduzir o dividendo, e também precisamos ver o avanço de nosso plano de vender ativos", afirmou ao "WSJ". "[Isso] Depende também do mercado, de como a economia irá se comportar no próximo ano."
Recentemente escolhido pelo presidente Michel Temer para chefiar a instituição, Occhi disse que o banco estatal negocia com oficiais do governo para reduzir o dividendo a 25%, o mínimo requerido por lei.
Além desta redução, outras mudanças estudadas pelo executivo são a abertura da unidade de seguros do banco e a venda da Lotex, unidade de loterias, em 2017 "se as condições do mercado permitirem", disse o presidente da companhia ao "WSJ". Também podem entrar na lista a participação de 49% da Caixa no Banco Pan e a fatia de 5,82% da estatal na JBS, maior empresa de carne bovina do mundo.
Occhi disse que que um crescimento de dois dígitos não é uma possibilidade, e que o banco deve se concentrar, a partir de agora, em hipotecas e empréstimos consignados. (Folha de São Paulo)
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