Com menos audiência, lives no YouTube apelam para sorteios de carro e dinheiro

Destaque I 22.06.20

Por: Elaine Silva

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Chitãozinho, da dupla com Xororó, mostra carro que foi sorteado durante live dos sertanejos nesta semana

Fenômeno de audiência até o final de abril, quando a quarentena estava mais rígida em boa parte das capitais brasileiras, as lives começaram a perder público em maio. Desde então, é raro uma transmissão reunir mais de 1 milhão de espectadores simultâneos no YouTube. Apesar da queda, as produtoras dos shows online apelaram para uma nova forma de engajar o público, com sorteios de automóveis e dinheiro para quem doar.

Essa é uma modalidade conhecida como filantropia premiável, que dá às empresas que trabalham com título de capitalização o direito de vender números da sorte, desde que parte do valor pago pelo apostador seja direcionado para uma instituição, como o Hospital do Amor de Barretos, por exemplo.

Nesse caso, a pessoa não apenas doa, como também recebe o direito de participar do sorteio de algum prêmio. Normalmente, os sortudos são revelados pouco antes do encerramento das lives.

O show online do pagodeiro Belo, que aconteceu no sábado (20), ofereceu dois prêmios de R$ 5 mil e um carro zero para quem fez doações a partir de R$ 10. O dinheiro foi revertido para a Fundação Abrinq.

Apresentações online de artistas como Chitãozinho & Xororó, Eduardo Costa, Léo Santana, Bruno & Marrone e Maiara & Maraisa também contaram com o apoio de títulos de capitalização.

“Os organizadores dos shows perceberam que valeria a pena, como forma de incentivar o público, fazer sorteios durante as transmissões. E como a maioria das transmissões está apoiando alguma instituição, os produtos de capitalização na modalidade de filantropia premiável são a melhor solução”, defendeu o diretor da Capemisa Capitalização, Márcio Coutinho, em entrevista para a revista Seguro Total.

De acordo com Carlos Alberto Corrêa, diretor executivo da FenaCap (Federação Nacional de Capitalização), pelo menos 34% do valor doado durante as lives, via títulos de capitalização, é repassado às instituições, sendo que o restante do pagamento é destinado aos sorteios e à cobertura dos custos operacionais dos produtos, conforme determina a legislação que foi regulamentada no ano passado.

No entanto, ainda segundo o executivo, empresas têm destinado até 55% do valor dos títulos para as entidades parceiras. “De janeiro a abril, a arrecadação com a vendas desses produtos [filantropia premiável], ainda sem o registro das lives, alcançou R$ 468,4 milhões, o que correspondeu a repasses de R$ 293,3 milhões para as filantrópicas no período”, explicou Corrêa, em artigo publicado em 12 de junho. (Notícias da TV UOL – Vinícius Andrade)

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