Como foi a primeira noite no “cassino” da Zona Sul

Bingo I 30.10.17

Por: Magno José

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Em máquina que simula jogo de bingo, apostador acompanhado pela reportagem perdeu R$ 10 em menos de três minutosMarcelo Monteiro / Agência RBS

Na primeira noite em que a casa de entretenimento Winfil operou com apostas em dinheiro, neste sábado (28), a reportagem de GaúchaZH acompanhou um apostador durante uma hora. Situado na Avenida Cavalhada, o “cassino” – como denominou um dos porteiros ao indicar a entrada do estabelecimento – passou a realizar apostas em dinheiro após a decisão da Justiça que proibiu a polícia de apreender suas máquinas. Aberto desde o dia 19, o empreendimento vinha funcionando até então apenas com uma “degustação” dos jogos, sem apostas.

A reportagem acompanhou um apostador entre as 22h30 e as 23h30min do sábado. Logo na chegada, os frequentadores preenchiam cupons com nome, telefone e e-mail, com os quais passavam a concorrer a prêmios de R$ 500 – sorteados a cada 30 minutos, até as 2h do domingo.

Às 23h, o local tinha um público de cerca de 150 pessoas – enquanto a metade arriscava notas de R$ 5 (aceitas em poucas máquinas) ou R$ 10 (aposta mínima na maioria dos equipamentos), a outra metade conversava e bebia, desfrutando do ambiente luxuoso e da música eletrônica, que davam ao local ares de uma descolada balada noturna. Algo muito parecido com os cassinos de Punta Del Este, no Uruguai.

Apesar do grande espaço destinado ao restaurante, na primeira noite de operação com apostas em dinheiro os visitantes tiveram de contentar-se com salgadinhos e doces, oferecidos gratuitamente pela casa. Os pratos e lanches devem ser incluídos no cardápio a partir da segunda-feira (30), segundo um dos garçons. Já as bebidas eram pagas – uma lata de cerveja, por exemplo, custa R$ 8.

Na primeira tentativa, o apostador acompanhado pela reportagem introduziu uma nota de R$ 10 (200 créditos) em uma máquina que simula o jogo de bingo. Em cerca de cinco minutos, as 200 unidades haviam se multiplicado, ultrapassando a marca dos 500 créditos – os R$ 10 transformaram-se em R$ 25,50. Sorte de principiante. Após apertar o botão creditar (o equivalente a “sacar”), o apostador precisou esperar por cerca de cinco minutos até que uma das atendentes trouxesse o valor que tinha direito a receber. Ainda assim, na falta de moedas de R$ 0,50, o valor acabou ficando registrado na máquina como 2 créditos, o que seria insuficiente para ao menos uma nova aposta (o montante mínimo seria de 4 créditos).

Confiante com os R$ 15 ganhos na primeira máquina, o visitante decidiu deixar os R$ 0,50 não apostados na primeira máquina e jogar em outro equipamento, que também simulava o bingo. Desta vez, a sorte não ajudou. E os R$ 10 introduzidos na máquina desapareceram da tela em menos de três minutos. Para quem entende como funcionam os jogos de azar, a rapidez com que os créditos foram consumidos foi a senha para ir embora, levando, ao final das contas, R$ 5 de lucro.

Antes de deixar a casa, a reportagem flagrou uma cena curiosa: às 23h30min, uma moça passava de máquina em máquina, abrindo as fechaduras e recolhendo o dinheiro introduzido nos equipamentos pelos apostadores, acompanhada de outra atendente, que a tiracolo carregava várias bolsas de transporte de valores, onde as notas de reais eram guardadas. (GaúchaZH – Marcelo Monteiro – 29/10/2017 – 01h06min)

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