Diógenes Oliveira, do Clube de Seguros da Cidadania, diz que pediu desfiliação provisória

Jogo do Bicho I 05.08.02

Por: sync

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Um dos principais problemas do PT gaúcho na campanha eleitoral deste ano, na qual sua hegemonia no Estado está sendo ameaçada pelo PPS de Antônio Britto, é explicar ao eleitorado as relações do partido com o economista Diógenes Oliveira.
Depois de quase derrubar o governador Olívio Dutra (PT), é a vez de a campanha do candidato Tarso Genro tentar descolar-se da imagem de Oliveira, pivô do episódio central da CPI da Segurança Pública no Estado -que pediu o indiciamento de 44 pessoas, incluindo o governador.
Oliveira, 58, é acusado de ser ligado ao jogo do bicho e ocultar supostos interesses de petistas com bicheiros do Estado.
O vereador Estilac Xavier (PT), aliado de Tarso, afirma que não houve nenhuma participação de Oliveira na campanha do correligionário. “Ele mesmo sabe que uma participação seria constrangedora para as duas partes”, diz.
“Não sou mais filiado ao PT”, diz Oliveira. “Pedi uma desfiliação provisória porque, nos episódios dessa malcheirosa CPI, foram feitas várias imputações em relação a mim, e agora estou na Justiça demonstrando a inexistência desses fatos. Não estou participando da política eleitoral, muito menos da partidária.”
Para o presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke, adversário de Oliveira, “ele está mais preocupado em resolver os problemas que tem na Justiça”.
Conversa gravada
Oliveira era presidente do Clube de Seguros da Cidadania, que arrecadava fundos para o PT, quando teve uma conversa sua com o chefe de polícia Luiz Fernando Tubino gravada. Nela, ele pedia, em nome de Olívio, que fosse abrandada a repressão aos bicheiros -o governador negou saber do caso, e Oliveira negou posteriormente ter usado o seu nome.
As investigações subsequentes estão tramitando na Assembléia Legislativa e no Ministério Público Federal. No Ministério Público Estadual, foram arquivadas em relação à cúpula estadual -mas Oliveira foi denunciado.
Dizendo-se vítima de “linchamento moral”, Oliveira afirma ter sido “usado” para atingir o governo de Olívio. “Até pouco tempo atrás, eu era filiado ao PT e tinha relação de correligionário com Olívio, Tarso e todos os petistas.”
Os vínculos de Oliveira com Olívio são antigos. No primeiro governo do PT em Porto Alegre (89-92), ele foi interventor da empresa de ônibus Trevo e, depois, secretário municipal dos Transportes. Na campanha de 98, arrecadava fundos com os empresários.
O ex-presidente do Clube de Seguros da Cidadania -que comprou um prédio e o cedeu em comodato para ser sede do PT- é dono da agência de turismo Pangea, responsável pelos roteiros do MSTur -programa de visitas a assentamentos guiadas pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), feito com apoio do governo.
Oliveira militou na VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) durante o regime militar e saiu do país em 1970, trocado pelo cônsul do Japão em São Paulo, Nobuo Okushi, sequestrado em 1970.
Agência Folha – Léo Gerchmann

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