Editorial Sincoergs: Imagem
Uma empresa através de seu nome fantasia e da sua imagem estabelece um diferencial frente aos concorrentes que o faz especial e único. Busca-se associar os produtos e serviços a uma imagem. Assim, pretende-se marcar esta imagem na mente do consumidor, isto é, associar a imagem à qualidade do produto ou serviço.
“Banco do Povo”, “Banco com as melhores taxas” entre outros são slogans criados e utilizados pela nossa parceira CEF nos últimos anos com a finalidade de promover sua imagem.
Esta imagem foi construída com a participação da rede lotérica. Na rede diariamente circulam milhares de pessoas para executar os mais diversos serviços. A agilidade e a qualidade na execução destes serviços foram fundamentais para este objetivo.
Acontece que no mesmo tempo que a CEF e também a rede lotérica possuem uma ótima imagem perante a população, o mesmo não acontece entre elas.
Nos últimos anos este relacionamento tem-se deteriorado muito e se não houver investimentos para sua recuperação poderemos estar assistindo um rompimento nesta relação e consequentemente o fim da maior rede de prestação de serviços do Brasil.
Foram muitas as razões que levaram a esta deterioração. Entre elas podemos citar o episódio dos bolões como um exemplo.
Quando aconteceu o infeliz episódio de Novo Hamburgo fazer bolão passou a ser crime. Vimos e ouvimos varias vezes a CEF, anunciar nos meios de comunicação que desconhecia esta pratica. Avisos de Irregularidades, multas, ameaças e até a criação de uma nova circular com advertências mais severas e unilaterais passaram a fazer parte da “parceria”.
Como fica um empresário quando da noite para o dia vê retirado cerca de 30% de seus rendimentos?
Seus compromissos, seus funcionários, seu aluguel, etc., como ficam?
Também podemos mencionar a política de tarifas pelos serviços financeiros onde a rede é massacrada com reajustes muito inferiores ao mínimo praticado pelo mercado. Através destes serviços fomos apresentados aos assaltos, sequestros relâmpagos, golpes, etc. Passamos a conviver em lojas blindadas, seguranças armados, transportes de valores, etc.
Poderia citar muitos outros fatos que colaboraram para o enfraquecimento da relação entre os parceiros:
O crescimento indiscriminado de lotéricas através de licitações sem estudos técnicos que comprovassem sua real necessidade, as falhas do sistema tecnológico onde o único a ter prejuízo financeiro é o empresário lotérico.
Todos estes fatos fizeram com que a imagem da CEF junto à rede lotérica fosse deteriorando. Atualmente em reuniões de empresários lotéricos quando a CEF é citada percebe-se um mal estar entre os presentes.
Se esta política contratual de massacre permanecer, e os empresários não recuperarem sua auto-estima através de uma valorização de suas atividades possivelmente em breve a rede quebrará.
O lançamento de novos produtos como forma de compensar os prejuízos dos atuais não vai ser aceito pela maior parte dos empresários. Antes de lançar novos produtos é preciso repor as tarifas dos atuais, valorizando a rede e recuperando o equilíbrio econômico financeiro das empresas.
A verdade é que a CEF perdeu a credibilidade junto a sua rede. A Imagem que ela conquistou junto à população conforme citado no inicio deste texto não é compartilhada pelos empresários lotéricos. Para estes ela transmite a imagem de exploração. Toda e qualquer atitude realizada pela CEF gera desconfiança por parte dos empresários.
Cabe a nossa parceira reverter com urgência este quadro através de uma política de verdadeira parceria. Sem autoritarismo, unilateralismo, através do dialogo e da participação de todas as partes envolvidas.
(*) Marco Antonio Kalikowski é vice-presidente do Sincoergs e veiculou o artigo acima no Informativo Sincoergs n° 330 – 24 de agosto de 2012..