Entre “azar” e esporte, pôquer sofre no mercado brasileiro

Destaque I 25.10.18

Por: Magno José

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O circuito BSOP, de Brazil Series of Poker, tem como sócio a Pokerstars, que também patrocina o evento final. Neste ano, o Concha y Toro também dará suporte ao encontro

No fim de novembro, São Paulo receberá mais uma edição do BSOP Millions, um dos maiores eventos de pôquer do mundo, com premiação de R$ 12 milhões. Ao todo, serão 15 mil pessoas que passarão pelo WTC, na capital paulista, durante 10 dias. O encontro, no entanto, ainda sofre no mercado. A venda ocorre como um esporte, mas a visão geral ainda é discordante.
O circuito BSOP, de Brazil Series of Poker, tem como sócio a Pokerstars, que também patrocina o evento final. Neste ano, o Concha y Toro também dará suporte ao encontro. Mas é só. Em anos anteriores, marcas como Sky, Volkswagen e Jack Daniels também estiveram envolvidas, mas não mantiveram o aporte. Como cada jogador paga uma inscrição, os torneios conseguem sobreviver.
O problema central é que jogo de azar no Brasil é ilegal, o que fez com que a organização fosse atrás de provas que mostrem que a prática está mais próxima do esporte do que de um cassino.
“O pôquer sofre com esse estigma, inclusive na Justiça. Tivemos que buscar estudos para provar que esse não é um jogo de azar. Ele é um jogo de habilidade, tanto que há os jogadores que se destacam sempre. A sorte está presente no pôquer como em qualquer outro esporte”, comentou o diretor de torneios da BSOP, Devanir Campos, à Máquina do Esporte.
Na hora da venda para o mercado, as ofertas se alinham às de outros eventos esportivos. São oferecidas ativações com o público, estandes, áreas de relacionamento e trabalho de exposição de marca para cada um dos patrocinadores.
“Quando apresentamos o projeto para as empresas, com ativações para um público com bom poder aquisitivo, os executivos costumam ficar empolgados. Mas na hora da decisão, mesmo com todos os documentos, as empresas ficam com medo, acham que algo pode dar errado”, explicou Campos.
Essa ligação com o esporte fez com que a Pokerstars, nos últimos anos, apostasse na presença direta de atletas renomados de outras modalidades. Nomes como Rafael Nadal, Ronaldo, Neymar e Cristiano Ronaldo já tiveram acordos com a empresa. A presença deles em eventos traz mídia e atrai interessados.
Hoje, a Pokerstars não conta com nenhum astro brasileiro para levar ao evento. Ainda assim, segundo a BSOP, Ronaldo já participou do encontro mesmo sem um acordo; o ex-jogador de futebol se tornou um bom jogador das mesas. Para participar do evento, as inscrições partem de R$ 3,5 mil. (Máquina do Esporte – Duda Lopes, Boston/EUA)

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