Jockey Club poderá ter apostas em jogos de futebol

BNL I 20.07.15

Por: sync

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Ao lado da Caixa Econômica Federal, os clubes de corrida de cavalos ganharam o direito de explorar as apostas esportivas online no Brasil – inclusive em jogos de futebol.

É o que prevê medida provisória aprovada pelo Congresso, que liberou apostas. O texto precisa de sanção da presidente Dilma Rousseff.

O mercado nacional é um dos mais promissores. Segundo estudo da FGV, os brasileiros apostaram cerca de R$ 2 bilhões somente no ano passado em sites estrangeiros.

Caso a medida seja sancionada, a expectativa é que o volume arrecadado dobre no primeiro ano de vigência das apostas online. A decisão de beneficiar os clubes de corridas de cavalo foi do deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ), relator da MP, a mesma que refinancia as dívidas fiscais dos clubes.

No mundo, de acordo com um estudo da Sorbonne, as apostas movimentam mais de 200 bilhões de euros (cerca de R$ 700 bilhões) a cada ano –80% em sites ilegais.

O futebol é responsável por mais de 70% dos recursos. Aqui, como já ocorre no exterior, os clubes não vão receber participação financeira sobre as apostas.

O sistema brasileiro será parecido com o europeu e envolveria os jogos do Brasileiro e Estaduais, além da Copa do Brasil e partidas no exterior. Hoje, as maiores casas de apostas da Europa montaram sites em português, o que tem contribuído para atrair os apostadores brasileiros.

No Brasil, os sites oferecerão apostas divididas em 50 modalidades em apenas uma partida –vão do vencedor do confronto ao número de faltas que o jogo terá.

Pela medida aprovada, a Caixa também poderá repassar para terceiros o direito de explorar a atividade no país.

‘Ajuda’ aos jóqueis

Segundo o deputado, a intenção com a medida foi ajudar os clubes de corrida no país, "que passam por uma situação pré-falimentar".

No Rio, o Jockey Clube Brasileiro viu a arrecadação com as apostas cair 5% no ano passado –de R$ 219 milhões, em 2013, para R$ 206 milhões, em 2014.

O jóquei do Rio é o mais tradicional e tem uma sistema de apostas online para as corridas. O sistema também aceita apostas para as provas realizadas no Jockey Club de São Paulo e no de Porto Alegre, os principais do país.

Segundo especialistas, as apostas feitas nos jóqueis vão conseguir ser mais atrativas que na Caixa. O texto não diz literalmente que os clubes de corrida vão precisar destinar parte do valor arrecadado para o Ministério do Esporte, Fundo Penitenciário Nacional e Seguridade Social, conforme prevê a medida no caso da Caixa. O relator acredita que os jóqueis terão que fazer os mesmos descontos.

"Texto que exige grande esforço de interpretação é no mínimo confuso. Nesta MP, o clube que mais ganhou foi o jóquei, que não tem futebol", afirmou Pedro Trengrouse, professor da FGV e integrante da comissão de estudos jurídicos do Conselho Nacional do Esporte. (Folha de São Paulo – Sérgio Rangel – Do Rio)

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