Jogo do bicho está informatizado em Alagoas.

Jogo do Bicho I 01.12.03

Por: sync

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MACEIÓ – O jogo do bicho em Alagoas, que recebeu do governo do Estado a denominação de Zooloteria, está informatizado. O anúncio foi feito pela Assessoria de Imprensa da Loteria Social do Estado de Alagoas (Loteal), informando que a Associação dos Zoolotéricos de Alagoas (Azooal) está automatizando gradativamente todos as bancas e casas que exploram a modalidade lotérica Zooloteria. A informatização do jogo é determinação do presidente da Loteal, coronel Ronaldo dos Santos, ex-comandante da Polícia Militar em Alagoas. Os terminais eletrônicos emitem um cupom ao apostado no ato do jogo, ao mesmo tempo que enviam todos os resultados à Central de Processamento de Dados (CPD) instalada na sede da Azooal, acabando com o uso do talão e o conceito do jogo do bicho. Algumas casas e bancas da Zooloteria nos bairros da Ponta Verde, Jatiúca, centro e Farol já utilizam os terminais de jogos (TJ), sendo 13 em pleno funcionamento e 19 prontos para entrar em operação nos pontos de aposta entre os bairros de Ipioca e Cruz das Almas e no complexo residencial Benedito Bentes. A Azooal – que representa os bicheiros alagoanos e é presidida pelo bicheiro Plínio Batista – possui hoje em seu poder 70 máquinas TJ e mais 102 apreendidas pela Polícia Federal por apresentarem problemas técnicos em um dos dispositivos. A previsão é que, até o fim deste ano, as 170 máquinas estejam operando em Maceió e algumas delas no interior. Para cobrir todo o Estado serão necessários 600 terminais eletrônicos. A Loteal deu o prazo de 31 de maio de 2004 para conclusão total da automatização. Segundo o coronel Ronaldo, o jogo informatizado é seguro e transparente. O apostador Manoel Severino Araújo diz que a idéia é boa. "Gostei dessas maquininhas. São rápidas e mais seguras. Apesar de jogar há mais de 30 anos, sempre duvidei um pouco desse jogo, mas agora tenho a certeza que não haverá enganação", conta. Até a instalação total da automatização, alguns bicheiros continuarão a utilizar o talão padronizado, que foi adotado anteriormente, para não fechar as casas e bancas de aposta da Zooloteria. Entretanto, só serão válidos até a conclusão da conversão do sistema manual para eletrônico. Contravenção – Para o promotor de Justiça Sérgio Jucá, que investiga as atividades da Loteal, a informatização do jogo do bicho prova que em Alagoas o crime realmente é organizado. "Não existe amparo legal para o jogo do bicho, por isso digo que o governador Ronaldo Lessa é um contraventor", afirma Jucá, que tem cópias dos contratos assinados por Lessa dando permissão para exploração do jogo do bicho no Estado. "Há nesses contratos uma cláusula que permite ao Estado ficar com 7% do que for arrecadado enquanto o bicheiro fica com 93%. Isto é uma vergonha", afirma o promotor. Segundo ele, são mais de 20 bancas credenciadas pelo governo para explorar o jogo do bicho em Alagoas. "Não sei quanto é arrecadado, mas tive acesso a algumas cópias de extratos da Caixa Econômica Federal, agência Rosa da Fonseca, vizinha ao Palácio Floriano Peixoto, sede do governo, que dão contra de uma arrecadação média mensal de R$ 40 mil", relata Jucá, acrescentando que algumas bancas foram descredenciadas pela Loteal porque estariam sonegando parte da arrecadação. "Sobre as atividades ilícitas praticada pelo governador, no tocante à exploração do jogo do bicho pela Loteal, eu enviei todos os documentos da investigação ao procurador-geral de Justiça de Alagoas, Dilmar Camerino, que por sua vez encaminhou toda documentação ao procurador-chefe da República em Alagoas, Uairandyr Tenório, que é quem está analisando o caso para decidir se cabe ou não denunciar Ronaldo Lessa", informou Jucá. Para o promotor, "Lessa pode ser penalizado por ter legalizado o jogo do bicho em Alagoas". Ontem, ninguém do governo foi encontrado para falar sobre o assunto. Estadão SP – Ricardo Rodrigues – Especial para o Estado

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