Las Vegas: Turbilhão de luzes, jogos e gente.

Cassino I 19.01.04

Por: sync

Compartilhe:

LAS VEGAS, EUA – Se Alice acha que Oz ainda é o país das maravilhas é porque ela não conhece Las Vegas. Não tem homem de lata nem espantalho, mas em compensação pode-se esbarrar na rua e nos hotéis-cassino com os bailarinos acrobatas do Cirque du Soleil – em cartaz com o sensual show Zumanity – ou Celine Dion, David Coperfield e Elton Jonh, que se apresentam em curta temporada nos teatros da Las Vegas Boulevard. Nesta avenida, que rasga o deserto do Estado americano de Nevada, há a maior concentração de luzes e cassinos de luxo dos Estados Unidos, provavelmente do mundo. Roletas, mesas de jogo e máquinas caça-níquel numa febre intermitente somam-se à não menos febril rotina de espetáculos. Jogos, lojas, shows, luzes e gente saindo pelo ladrão. A combinação entre suntuosidade e entretenimento faz de Las Vegas um sonho real. Quem se encaminha de carro à cidade avista, a alguns quilômetros, um clarão no horizonte do deserto. A lua e as luzes dos cassinos disputam quem brilha mais no céu de Vegas. A primeira impressão é que, a partir do momento em que se respira o ar da cidade, a gente faz parte de um grande jogo de xadrez. O tabuleiro está pronto, o que falta é escolher o personagem: rei, rainha ou bispo, e cair na brincadeira. A possibilidade de perda é grande, mas a excitação e a adrenalina, idem. Las Vegas não é só sinônimo de jogo. Quem não curte uma jogatina pode passar o dia na piscina do hotel ou ir a shows, restaurantes, lojas, museus e boates. Tudo isso, se o visitante preferir, dentro do hotel, sem sair para a rua. Todos os hotéis-cassino são temáticos. O Luxor, por exemplo, tem como tema o Egito. Assim, em plena Las Vegas Boulevard estão uma pirâmide e uma esfinge gigantescas. No New York, New York há uma reprodução – em menor escala – da Estátua da Liberdade e um conjunto de prédios semelhantes aos arranha-céus de Manhatan. Ao redor do hotel, há uma montanha-russa (cujo passe custa US$ 12), a boate Studio 54 e o bar Coyote. Alguns hotéis são interligados por pequenas pontes que cruzam a principal avenida. O New York, New York, por exemplo, tem acesso para o MGM – que em seu cassino tem alguns leões espelhados numa jaula de vidro, e cinco mil quartos! -, para o Tropicana e o Excalibur. Este remete à Idade Média e apresenta na estrada principal a réplica de um castelo majestoso. Cidades européias também são tema em Las Vegas. É o caso dos hotéis Paris e Veneza. Neste, há passeio de gôndola por uma reprodução dos canais italianos e uma filial do Madame Tusseud, com clones em cera de estrelas de Hollywood. Já no outro, uma mini torre Eiffel enfeita a fachada. O Belaggio é um dos mais luxuosos e imponentes do time. Uma concentração de célebres grifes: Versace, Prada, Chanel, YSL, Louis Vuitton, Armani e Dior, entre outras espalhadas pelo hotel. Ao lado, fica o Monte Carlo, que tem um restaurante brasileiro e a reprodução de uma floresta tropical dentro do cassino. Resiste ao tempo e à invasão dos supertemáticos o Flamingo, primeiro hotel-cassino de Las Vegas, construído em 1946 pelo mafioso Benjamin Siegel – sua história é contada no filme Bugsy – e cujas cores são iguais às do pássaro: rosa e vermelho. Em frente ao Flamingo, em contraste com a antiga estrutura, está o Mirage, que tem um vulcão com show de água e fogo. Tudo em Las Vegas é grandioso, surpreendente e pretexto para gastar alguns dólares. O mínimo a ser gasto é vinte e cinco centavos de dólar, ou quarter, em uma máquina caça-níquel. Na última década as jogatinas lucraram US$ 53,4 bilhões. Las Vegas não é uma cidade para um dia, nem uma noite. Na parte da manhã, embora as luzes estejam apagadas, as novidades são constantes. Quando elas se acendem, mais descobertas. Vinte e quatro horas são pouco para um lugar que é um show em cada segundo. Aposta alta na roleta do amor. Las Vegas não dá bola para a velha máxima: lá a sorte anda pelos corredores do jogo e do amor. Pelo menos é o que indica o volume de casamentos celebrados na cidade, tão gigantesco quanto os cassinos que enchem a paisagem. Cerca de 100 mil por ano, mais de 300 por dia inundando as capelas da cidade. No Dia dos Namorados – 14 de fevereiro, nos EUA – e na véspera do Ano Novo, o volume de casórios pula para 2 mil. Celebridades como Celine Dion, Frank Sinatra e, recentemente, Britney Spears disseram ‘sim’ em Vegas. O imortal Elvis Presley também casou lá, em 1967, no antigo Aladdin (implodido em 1998). A tradição das cerimônias-relâmpago justifica-se: é muito fácil se casar em Las Vegas. Basta ter mais de 18 anos, tirar a licença – que sai na hora, no Clark County Marriage License Bureau (aberto das 8h à meia-noite durante a semana e 24h nos fins de semana) por US$ 50 – e escolher a capela. Há dezenas de estilos temáticos para celebrar a união: intergalácticos, egípcios, de Harley-Davidson… Um cardápio farto à mercê da fantasia de cada par. Na Wedding Dreams, os mais radicais têm vez: os noivos podem se casar sobrevoando a cidade de helicóptero à noite, pulando de bungee jump ou voando num balão. A aventura fica em torno de US$ 750 (contra US$ 100 de uma cerimônia básica). Estima-se que a indústria do casamento gere US$ 1 bilhão todo ano em receita bruta. Cifra que motiva alguns hotéis-cassino, como o Flamingo e o Excalibur, a entrar no jogo. Na Little White Wedding Chapel, na Las Vegas Boulevard, duas câmeras digitais transmitem o casamento em tempo real pela internet, para aqueles que quiserem deixar seus familiares em casa… Mas a excentricidade não pára por aí: ela também oferece o serviço drive thru window, que funciona 24h: um casório rápido, no qual os noivos nem precisam sair do carro.
 Na Little White Wedding Chapel, na Las Vegas Boulevard, duas câmeras digitais transmitem o casamento em tempo real pela internet, para aqueles que quiserem deixar seus familiares em casa… Mas a excentricidade não pára por aí: ela também oferece o serviço drive thru window, que funciona 24h: um casório rápido, no qual os noivos nem precisam sair do carro.Jornal do Brasil – Fabricio Martins

Comentar com o Facebook