Ministro defende cassinos em resorts, mas descarta volta de jogos de azar

Cassino, Destaque I 21.05.20

Por: Magno José

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Para a retomada do turismo, a atração e o divertimento são pilares fundamentais para o setor. Esse é um dos posicionamentos do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, em entrevista exclusiva na tarde desta quarta-feira (20) à Live do Tempo. Ele explicou, ainda, que a pandemia do novo coronavírus paralisou quaisquer discussões sobre o assunto.

Assista a parte do vídeo em que o ministro comenta apenas sobre a legalização dos cassinos:

O ministro do Turismo foi bem claro ao explicar que a legalização de jogos de azar não é uma política oficial do governo do presidente Jair Bolsonaro, mas que ele está construindo um projeto sobre a viabilidade de cassinos dentro de resorts para posterior apresentação ao Congresso.

“Gostaria de esclarecer que isso não é uma política de governo. Isso é um projeto que está sendo construído pelo Ministério do Turismo para ser apresentado ao presidente. Óbvio que temas como lavagem de dinheiro e evasão de divisas que cercam o assunto. No turismo, precisamos investir na atração, que será fundamental para a retomada. E utilizar resorts, que são grandes complexos, e (os cassinos) poderiam estar integrados aos resorts. Não defendemos a legalização de jogos de azar, bingos, caça-níqueis. O que defendemos são cassinos integrados aos resorts, que ocupam cerca de 3% a 5% do resort, ajudam a subsidiar as tarifas do resort. Essa é a ideia”, explicou o ministro.

Ele também pontuou que a intenção é construir um novo projeto. “Eu não falaria em cassino. Falaria em cassinos integrados a resorts, onde terão acesso as pessoas que consigam contratar um pacote turístico para passar férias naquele resort. Isso vai preservar o grosso da população brasileira de ter acesso às maquininhas. A alternativa de colocar isso em regiões com IDH mais baixo é defendido pelo Ministério da Saúde. As famílias do Nordeste não querem viver com a muleta do governo. Por isso, defendemos nessas regiões”, frisou.

Socorro

Sobre a possibilidade do crédito de R$ 5 bilhões garantidos por medidas provisórias para socorrer o setor turístico, Marcelo Álvaro Antonio disse que as grandes empresas terão acesso a R$ 30 milhões, “com condições extremamente vantajosas de juros e até 12 meses de carência”.

“Essa modelagem está sendo feita com o BNDES, baixamos uma portaria para o cadastramento de empresas, para aumentar a capilaridade e o acesso ao recurso. Em, no máximo 10 dias, esses créditos estarão disponíveis em todas as agências. O crédito vai do pequeno ao grande empresário, e 80% dos recursos irão para os micro, pequenos e médios empresários, que correspondem a 80% das prestações de serviços turísticos no Brasil”, garantiu.

Embratur

O ministro do Turismo também lembrou dos esforços para transformar o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) de autarquia a uma agência de promoção internacional. O texto, aprovado no Congresso, passa agora para votação no Senado. Em 2018, foram fechados 13 escritórios brasileiros de Turismo (EBT).

“O governo tem uma política austera na nova gestão. Esses escritórios tinham um custo elevado, altíssimo. Acredito que existe alguma coisa sendo discutida, mas a ideia é utilizar as embaixadas no exterior para compensar isso”.

Selo pós-pandemia

Segundo Marcelo Álvaro Antônio, assim que os estabelecimentos retomarem suas atividades, o Ministério do Turismo criará um selo de biossegurança, que está sendo feito em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Ele credencia vários setores sobre os critérios de limpeza, higiene e prevenção sobre o coronavírus. Isso dará maior confiança durante a retomada das atividades. Esse protocolo vai ser dividido por cada segmento, mas vai passar, obviamente, por distanciamento e equipamentos de segurança básicos, como álcool em gel. São 16 itens avaliado em cada selo”, explicou. (O Tempo – Paula Coura e Wallace Graciano)

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