Para especialistas, mercado de apostas esportivas no País deve movimentar R$ 8 bi

Apostas I 02.12.19

Por: Elaine Silva

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Mercado de apostas em jogos movimenta US$ 2 trilhões por ano (Foto: Isaac Brekken/The New York Times)

O mercado brasileiro de apostas esportivas deve girar em torno de US$ 2 bilhões (R$ 8 bilhões) no momento em que tiver a sua regulamentação definida pelo Governo Federal. A projeção é de especialistas que participaram do Sigma, um dos principais congressos da indústria de iGaming, apostas esportivas e e-sports, realizado em Malta desde a última quarta-feira até esta sexta.

As casas especializadas foram autorizadas no País em dezembro de 2018 com a Lei 13.756/2018. Ainda está pendente a regulamentação do setor, ou seja, o Ministério da Economia precisa determinar as regras para que as apostas sejam definitivamente liberadas. O prazo para a regulamentação é de dois anos, prorrogáveis por mais dois.

À espera da regulamentação definitiva, empresas estrangeiras de apostas se tornaram patrocinadoras importantes no futebol brasileiro. Hoje, 11 times da Série A do Campeonato Brasileiro já fecharam algum acordo com o setor de apostas. São eles: São Paulo, Flamengo, Fluminense, Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Fortaleza, Santos e Vasco.

O advogado Eduardo Carlezzo, um dos palestrantes no evento, afirma que o Brasil tem potencial para ser o “país das apostas esportivas” e avalia que todos os clubes terão algum tipo de patrocínio de casas de apostas com o regulamentação. “Se não for na camisa, será em algum outro ativo”, avaliou. “O evento em Malta abre espaço para uma abordagem internacional de vários mercados a respeito da regulação das apostas esportivas. Claramente neste ano o Brasil é o mercado que atrai a maior intenção dos investidores”.

James Scicluna, advogado e sócio do WH Partners, principal escritório de advocacia especializado em apostas esportivas na Europa, afirma que 2020 será um ano importante. “Vemos um enorme interesse de nossos clientes em operar no Brasil. Há esperança de que o país regule o jogo on-line de uma maneira que estimule a concorrência e exija as melhores práticas de medidas de jogo responsável, ajudando a gerar um novo setor econômico para o Brasil. O ano de 2020 será chave, com muitos operadores avaliando de perto a possibilidade de investir no Brasil nesse setor”, disse.

Para Bruno Maia, especialista em sportstech, fantasy games e mercado de games e ex-vice-presidente de marketing do Vasco, a tendência é que o futebol brasileiro siga o modelo da Premier League, onde metade dos times da Inglaterra já é patrocinada por sites de apostas. A Sportsbet.io, por exemplo patrocina o Flamengo, campeão da Copa Libertadores, e o Watford. Na segunda divisão inglesa, 70% das equipes têm parcerias com empresas do segmento.

“Acredito que seja um caminho sem volta, com cada vez mais empresas deste segmento entrando no Brasil. Os investimentos tendem a continuar crescendo muito e, em breve, já teremos algum clube anunciando como patrocinador master alguma marca de apostas”, afirmou o especialista. (O Estado de S.Paulo – Gonçalo Junior)

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