Relator da CPI pede a prisão de Waldomiro

Loteria I 17.08.04

Por: sync

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RIO – Os relatores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembléia Legislativa do Rio pediram ontem, em relatório preliminar, a apreensão dos passaportes ou a prisão do ex-assessor parlamentar da Casa Civil Waldomiro Diniz e do empresário do jogo Carlos Augusto Pereira Ramos, o Carlinhos Cachoeira. No total, há pedidos de indiciamento contra 10 pessoas. O documento ainda pode ser modificado na quinta-feira pelos membros da comissão. O Estado teve acesso ao relatório, que pede a abertura de processo contra Waldomiro Diniz por oito tipos de crime (corrupção passiva, prevaricação, condescendência criminosa, fraude na Lei de Licitações e Contratos, improbidade administrativa, crime contra a ordem tributária, sonegação fiscal e formação de quadrilha) e cinco contra Carlinos Cachoeira (extorsão, fraude na Lei de Licitações e Contratos, corrupção ativa, fraude em concorrência pública e formação de quadrilha). Parceria – Segundo o documento preliminar, "constata-se que a quadrilha que operou na máquina administrativa da Loteria Estadual do Rio (Loterj) tinha como chefe Waldomiro Diniz, e os indícios mostram que o mesmo se estruturava para continuar a operar na máquina federal, possivelmente com alguns de seus anteriores parceiros". "Provavelmente em 2001, Carlos Ramos se associou a Waldomiro e seu grupo para posteriormente romperem", prossegue o relatório preliminar da CPI. "A quadrilha ou bando atuava com dois chefes: um no poder público e outro na iniciativa privada." Em outro trecho do documento, os relatores afirmam que essa parceria teria como objetivos "tramar maneiras de fraudar processos licitatórios, captar recursos em caixa dois para campanhas eleitorais e aumentar a área de controle e influência da dupla nos jogos no Estado". Os relatores Rocha e Paulo Melo (PMDB-RJ) pediram também o indiciamento de sete ex-funcionários com cargos de confiança na Loterj durante a gestão de Waldomiro Diniz. Cinco deles fariam parte da quadrilha: o ex-consultor José Luiz Quintães (improbidade e infração do Estatuto do Funcionário Público), o vice-presidente da Loterj durante a gestão de Waldomiro, Jorge Geraldo Vieira (improbidade e fraude na Lei de Licitações e Contratos), o ex-assessor jurídico Leonardo Nigromonte (crime contra a advocacia administrativa, improbidade e infração do Estatuto do Funcionário Público), o ex-diretor de operações André Laranjeira Caldas (prevaricação, improbidade e infração do Estatuto do Funcionário Público) e a ex-chefe de gabinete Ana Cristina Moraes Moreira (por falso testemunho). Em Brasília, Quintães trabalhou como gerente de jogos lotéricos na Caixa Econômica Federal e pediu demissão pouco depois de o escândalo vir à tona. Ana Cristina continuou a ser chefe de gabinete de Waldomiro Diniz na Casa Civil e foi demitida após a sindicância no ministério. A CPI da Loterj investigou supostas fraudes cometidas durante a gestão de Waldomiro como presidente da autarquia (entre fevereiro de 2001 e março de 2002). A investigação começou em março, depois de uma reportagem da revista Época divulgar trechos de uma fita de vídeo em que o ex-assessor aparece pedindo propina e contribuições irregulares para as campanhas eleitorais de 2002. Envolvidos – O relatório preliminar também pediu o indiciamento do ex-chefe de gabinete Amaro Santos Rio (infração do Estatuto do Funcionário Público), do empresário Sergio Cannozzi (corrupção ativa) e do jornalista Mino Pedrosa (extorsão).Estadão – FABIANA CIMIERI

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