“Sabemos que o Brasil tem a intenção de produzir uma legislação de jogos moderna que apoie a indústria, jogadores e o país”
Entrevista o presidente e CEO AGS David Lopez
A AGS está estudando o mercado brasileiro devido ao processo de legalização do jogo no país. A empresa norte-americana fabricante de máquinas de slots-machines teve uma posição destacada na G2E de Las Vegas realizada no final de setembro. A reportagem do BNL tomou conhecimento que a AGS está inclusive desenvolvendo uma biblioteca de jogos de vídeo-bingos para atender ao mercado do Brasil.
O presidente e CEO da AGS, David Lopez, conversou com a reportagem do BNL sobre o processo de legalização do jogo no Brasil.
BNL – Quais são os principais mercados operados pela AGS?
David Lopez – A AGS opera e distribui nossa ampla variedade de produtos de alta performance para cassinos em todo o mercado comercial e nos mercados Tribal Gaming nos Estados Unidos, incluindo o mercado de Las Vegas, bem como áreas do Canadá e em todo o México. Oferecemos produtos como slots-machines competitivas, produtos de jogos de mesa e produtos interativos de cassino social para consumidores e operadores de cassinos.
BNL – Em quantos países a empresa está presente?
David Lopez – Embora historicamente nosso foco tenha sido os mercados de Jogos Nativos Americanos recentes aquisições estratégicas, tal como Cadillac Jack, nos permitiram expandir e diversificar nosso portfólio de produtos, bem como nas regiões em que fazemos negócios. Atualmente, temos mais de 200 licenças para distribuição de diferentes jogos em todo os EUA e Canadá.
BNL – A AGS começou principalmente como um fornecedor de Jogos Nativos Americanos onde continua a ser líder. Quais são as principais diferenças entre o Jogos Nativos Americanos e os mercados convencionais?
David Lopez – Ambos, os mercados de jogos convencionais e jogos nativos americanos estão altamente regulamentados com legislação sofisticada e amplos controles e contrapesos para garantir a confiança e transparência para os jogadores, operadores e fornecedores. Talvez uma das principais diferenças seja que o mercado de Tribal Gaming dos EUA exige mais regulação do que os mercados convencionais. Pode-se argumentar que é o mercado mais altamente regulamentado do mundo. Por exemplo, funcionários federais, estaduais e tribais supervisionam atividades de jogos em terras tribais. Além disso, todos os nossos produtos de jogos devem ser testados e certificados por um laboratório de testes independentes para os padrões de cada tribo. O passo final é uma aprovação formal da comissão Tribal Gaming.
A AGS também está presente internacionalmente, em países como o México. Qual tem sido a sua experiência fora do solo americano?
David Lopez – Nossa experiência no México tem sido incrível. Atualmente, temos cerca de 9% da participação de mercado e construímos uma base de negócios muito sólida, incluindo uma das melhores equipes de vendas e serviços do país (muitos nos dizem que nosso serviço no México é inigualável). No início de 2016, tomamos a decisão estratégica de adicionar à nossa equipe executiva, Drew Pawlak, para liderar nossos empreendimentos na América Latina e supervisionar todo o México. Antes de Drew se juntar a nós, o nosso negócio no México era muito estável e com uma grande equipe, mas havia uma oportunidade real para revigorar o negócio. No ano passado, ele trabalhou apaixonadamente para trazer novos produtos para o mercado, solidificar nossa equipe e ganhar participação adicional deste mercado.
BNL – Como o Senhor está vendo o processo de legalização dos jogos pelo Congresso Brasileiro?
David Lopez – Atualmente, existem dois projetos de lei pendentes no Brasil: um na Câmara dos Deputados e outro no Senado Federal. Ambos projetos de lei têm uma acomodação para jogos, mas cada um é ligeiramente diferente. Por causa dos atuais desafios econômicos e fiscais do Brasil, a probabilidade de um desses projetos ser aprovado é maior do que em anos anteriores. Parece que há muito apoio de todas as partes interessadas do governo, incluindo o Poder Executivo.
BNL – O Brasil talvez seja um dos últimos países continentais a legalizar os jogos. O Senhor interpreta esta possibilidade como uma oportunidade de se produzir uma legislação moderna?
David Lopez – Sim, pelo menos em termos do que é considerado moderno para o Brasil. Não esperamos que a estrutura seja uma réplica exata daquelas nos EUA, mas acreditamos que veremos um marco regulatório forte. Com base em onde o país está hoje e onde foi anteriormente, sabemos que o Brasil tem a intenção de produzir uma legislação de jogos moderna que apoie a indústria, os jogadores e o país, e isso é um grande passo para o Brasil.
BNL – Na sua opinião, quais elementos de controles não podem faltar em uma legislação que atenda aos interesses do Governo, apostadores e operadores?
David Lopez – Os elementos-chaves de controle já foram cobertos pela lei e pelo marco regulatório, que incluem coisas como garantir que o dinheiro chegue às autoridades fiscais, que aqueles autorizados a se envolverem em atividades de jogos sejam claramente definidos e que os jogadores o façam de forma apropriada de acordo com a legislação brasileira. Há preocupações sobre a garantia de políticas anti-lavagem de dinheiro, mas acreditamos que o governo está fazendo um bom trabalho em cobrir esta área de preocupação, bem como garantir que quaisquer atividades “cinzentas” nesse mercado serão devidamente cobertas e tratadas na legislação. Em última análise, vamos respeitar as leis instituídas no Brasil e agir em conformidade.
BNL – Os apostadores brasileiros têm uma forte predileção por máquinas de vídeo-bingos. Sabendo deste fato, qual será a linha de produtos que a AGS pretende investir no Brasil?