Steve Wynn quebra silêncio com elogios a Macau

Cassino I 22.05.20

Por: Elaine Silva

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Na memória de Steve Wynn está ainda bem presente a última grande crise. Na recessão de 2008 a 2010, Wynn diz que Macau foi “o motor”

As operadoras de jogo americanas com negócios em Las Vegas e em Macau têm uma vantagem em relação às que estão apenas baseadas nos Estados Unidos. É a opinião de Steve Wynn naquelas que serão as primeiras declarações públicas sobre a indústria do jogo desde que foi afastado da liderança da Wynn Resorts devido a um escândalo de abusos sexuais.

O tema da entrevista na Fox Business era a crise dos cassinos de Las Vegas, que continuam fechados há quase dois meses devido à pandemia da COVID-19 – é a primeira vez que fecham desde o assassinato do presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy, em 1963.

Mas ao longo dos cerca de dez minutos da entrevista, Steve Wynn evocou várias vezes Macau, onde a empresa que deixou de liderar no início de 2018 ia buscar até 70% dos lucros, como o próprio recordou.

Na memória de Steve Wynn está ainda bem presente a última grande crise. Na recessão de 2008 a 2010, Wynn diz que Macau foi “o motor”.

Ao telefone a partir da Florida, Wynn, de 78 anos, contou ao canal Fox News como, nessa altura, a operadora usou “dinheiro chinês para construir dois mil quartos” e “sem despedir ninguém”, prática que afirma que se manteve enquanto liderou a empresa.

Desta vez, Wynn acredita que, “quando abrirem as fronteiras, Macau vai recuperar muito rapidamente, o que vai beneficiar os hotéis do Nevada que têm operações em Macau”.

Por outro lado, Steve Wynn nota que “os grandes apostadores em Las Vegas são da China”, pelo que “as restrições de viagens continuam a ter um forte impacto”.

À pergunta sobre se os cassinos americanos em Macau ou Las Vegas podem ser afetados pelo atual deteriorar das relações entre Washington e Pequim, Steve Wynn diz que se trata de uma “questão interessante” para a qual confessa não ter resposta, observando, ainda assim, que “a China não tem interferido nos negócios estrangeiros dessa maneira, mas hoje em dia tudo é novo”.

Foi em fevereiro de 2018 que Steve Wynn se demitiu da presidência e da direção executiva da Wynn Resorts, não resistindo às acusações de assédio e agressão sexual avançadas por várias mulheres ao jornal The Wall Street Journal.

Um dos casos, relacionado com reconhecimento de paternidade, culminou num acordo extrajudicial no valor de US$ 7,5 milhões.

Em comunicado, Wynn, afirmou que a demissão era devida a “uma avalanche de publicidade negativa” que criou um ambiente em que “a precipitação para julgar ultrapassa tudo, incluindo os fatos”. (TDM – Rádio Macau)

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