A loteria de Natal é uma tradição na Espanha, que este ano distribuiu mais de R$ 9,5 bilhões
O resultado da loteria de Natal da Espanha virou notícia no mundo todo, esse ano. E não foi pelos R$ 9,5 bilhões em prêmios. Foi por causa de um dos ganhadores.
A fila de azarados começa na madrugada: três em cada quatro espanhóis fazem a “fezinha”. Quanto mais gente participa, menor a chance matemática de alguém ganhar. Mas era uma senhora aposta.
A loteria El Gordo é tradição espanhola há mais de 200 anos. Nem a guerra civil interrompeu o sorteio. Aparece em terceiro lugar entre gastos dos espanhóis no Natal; perde para viagens e brinquedos.
É um espetáculo fora do comum: o maior teatro de Madri lotado; TVs e rádios transmitindo tudo ao vivo.
As crianças de uma escola anunciam os números. O canto gregoriano ecoa num país onde um em cada quatro adultos não tem trabalho. E de repente, a sorte deixa de ser madrasta.
A diferença entre essa loteria e outras é que há milhares de vencedores. O maior dos prêmios rendeu 140 milhões de euros. O El Gordo foi distribuído entre vários sorrisos parrudos.
Um dos vencedores é um senegalês. Ngame já tinha vencido o azar ao chegar à Espanha em um barco precário. Ele foi resgatado em 2007, e para sobreviver trabalhou colhendo frutas e vendendo bugingangas nas praias. Agora viu a sorte virar companheira mais uma vez: arriscou o dinheiro do café da manhã e ganhou 400 mil euros.
O senegalês se salvou de uma viagem perigosa que milhares de imigrantes fazem para chegar à Europa. E agora, com o bolso cheio, agradeceu o socorro espanhol. E prometeu investir o dinheiro na educação do filho. Veja a reportagem completa no Jornal Nacional.