Ana Moser defende que as plataformas de apostas tenham “o compromisso moral” de investir nas plataformas de base

Apostas I 06.05.24

Por: Magno José

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'Jogam com a impunidade', diz Ana Moser sobre apostas esportivas
Em entrevista ao O Globo a ex-ministra revelou problema familiar com o jogo e comentou sobre sua saída do Ministério do Esporte (Foto: Agência Senado)

Em entrevista ao O Globo desta segunda-feira (6), a ex-ministra do Esporte, Ana Moser informa que está de volta à ONG Atletas pelo Brasil, agora como presidente executiva. A medalhista olímpica de bronze em Atlanta-1996, disse que não há investimento que suporte a necessidade da área de ponta a ponta se não houver parcerias com outras pastas e que a Bets, que proliferam no futebol, deveriam ter “o compromisso moral” de investir nas lacunas da estrutura da qual apenas se beneficia.

Exonerada do Ministério em setembro por decisão política, ela foi substituída por André Fufuca (PP). Em troca de mais apoio ao Executivo no Congresso, o deputado assumiu a área de olho na gorda arrecadação das apostas esportivas, agora regulamentadas (serão taxadas em 12%). O dinheiro será destinado ao esporte (maior parte), turismo e seguridade social. O governo estima arrecadar até R$ 2 bilhões em 2024 e projeta R$ 6 bilhões e R$ 12 bilhões para os anos seguintes.

Durante a entrevista, Ana Moser revela que não aposta e que já teve problema familiar com o jogo.

“Aposta em jogo de futebol, em cassino não gosto. Nem gosto de jogo de cartas. Tenho questões de família e tal. Não tenho uma relação muito boa”, comentou a ex-ministra do Esporte e atual presidente executiva da Atletas pelo Brasil.

Confira:

Nesse jogo político, sua saída do Ministério também teve relação com o dinheiro que a pasta movimentará com a regulamentação das apostas. Como podem ajudar na aplicação destes recursos?

Não tem 100% resolvida a questão do financiamento em todos os níveis e não há recurso para todos. Existem muitos caminhos e é preciso mobilização para buscar espaço frente todas as prioridades sociais. O Esporte terá a sua parte nessa taxação das Bets e estamos atentos para construir estratégias. Não é demais comparar com a Cultura que tem sistema nacional há muitos anos, mas nunca foi aplicado porque faltava recurso. Sempre foram unidos, com voz única, e agora há alguns bilhões/ano no sistema para a Cultura.

As Bets investem no futebol porque os fãs assistem o jogo para também apostar com as próprias Bets… O que podem fazer pelo esporte para todos e olímpicos?

Criam um negócio em cima da disputa esportiva e deveriam ter o compromisso moral com esta estrutura da qual se beneficiam. A grande participação dentro de um contexto social de um setor de aposta, de jogo, é financiar as lacunas, o esporte de base, esporte para todos, competições estaduais (Sportsbets patrocina a NBB, por exemplo). É direcionar imposto e financiar diretamente e de maneira maciça. Pessoalmente sou contra jogo.

Não aposta em jogos de futebol nem nas Loterias?

Não sou abstêmia, mas não é meu dia a dia. Tenho questões de família e tal. Não tenho uma relação muito boa. Mas está aí, na sociedade, não estou julgando. Como brincadeira, tipo jogar na Mega-sena, já joguei. Mas aposta em jogo de futebol, em cassino não gosto. Nem gosto de jogo de cartas.

O que aconteceu?

Como em várias famílias… alguém com problema com jogo. Já deu para entender.

 

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