Candidatura à Presidência do Senado de Alcolumbre pode dificultar tramitação do PL 2234/22
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, senador Davi Alcolumbre (União-AP) incluiu o PL 2234/22 (PL 442/91) como terceiro item da pauta de votação desta quarta-feira (17).
A possibilidade de votação da proposta pela CCJ gerou forte expectativa entre os defensores do projeto, que legaliza cassino em resorts, turísticos e fluviais, bingo, jogo do bicho e jogo online, mas existem questões políticas que devem ser analisadas.
O senador Davi Alcolumbre é candidato a Presidência do Senado em 2025 e duas reportagens veiculadas nos últimos dias podem ter influenciado a reação do parlamentar em pautar de uma só vez 20 propostas entre projetos de lei e Propostas de Emenda à Constituição (PEC).
A reportagem ‘Por hegemonia no Senado, Alcolumbre lança afagos à direita e à esquerda’ veiculada pela VEJA destaca que para concretizar seu o projeto de retornar à Presidência no ano que vem, o senador faz acenos para o PT e o PL e tenta formar um amplo leque de apoio. “Surfando à esquerda e à direita, Alcolumbre tentará dissuadir a oposição de lançar candidatos garantindo que eles terão, em sua gestão, espaços privilegiados em comissões e na cúpula do Senado”, registra.
Já a notícia ‘Focado na presidência do Senado, Alcolumbre freia a produção legislativa’ veiculada pelo O Globo informa que à frente da CCJ, ele presidiu apenas quatro sessões em 2024, uma com 42 segundos de duração e outra de menos de meia hora. “A movimentação de Alcolumbre nos bastidores tem garantido até então o seu favoritismo para a disputa pela presidência do Senado que irá ocorrer em fevereiro de 2025”, pontua.
Político habilidoso e estrategista, ao pautar a proposta Alcolumbre agrada os defensores da legalização dos jogos, coloca o tema na grande mídia, mas também não terá problemas em usar o PL 2234/22 como moeda de troca com a bancada conservadora e evangélica que se opõem a aprovação do projeto e garantir apoio político destes parlamentares para sua eleição para a presidir o Senado.
Mas o pior dos cenários é a proposta ser rejeitada pelos senadores da Comissão, que poderá gerar um retrocesso monstruoso no processo de legalização dos jogos físicos no país.
Proposta enfrenta resistência no Senado
A ‘Turma do Contra’ irá dificultar a tramitação e aprovação da proposta no Plenário do Senado, mas com a atual composição da CCJ a força dos contrários pode ser limitada, a não ser que consigam novos aliados no colegiado para manter os jogos na ilegalidade.
A CCJ do Senado é formada por 27 senadores titulares e 27 suplentes e os contrários somam 15 membros no colegiado. Entre os titulares a frente têm sete senadores: Sérgio Moro, Plínio Valério, Eliziane Gama, Flávio Bolsonaro, Carlos Portinho, Magno Malta e Eduardo Girão. Já entre os suplentes são oito parlamentares: Carlos Viana, Vanderlan Cardoso, Mara Gabrilli, Paulo Paim, Jorge Kajuru, Zequinha Marinho, Jorge Seif e Hamilton Mourão.
Já os senadores simpáticos a legalização dos jogos na CCJ são 24 no total, sendo 12 como titulares e 12 entre os suplentes. Sendo que este número pode aumentar caso a proposta tenha apoio ou isenção do Palácio do Planalto.
Caso o relatório do senador Irajá Silvestre seja aprovado na CCJ, o projeto seguirá para apreciação do Plenário do Senado. Se houver modificações no texto aprovado pelos deputados em fevereiro de 2022, a proposição volta a Câmara para que os parlamentares aceitem ou não as mudanças propostas pelos senadores, mas em caso de aprovação no Senado sem alterações, o Projeto de Lei 2234/22 (PL 442/91) segue para sanção presidencial.
Depois da sanção presidencial da lei que cria o Marco Regulatório dos Jogos de Apostas no Brasil, será necessária a edição do decreto regulamentador no período de até 12 meses.
CCJ – Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania
Bloco Parlamentar Democracia (MDB, UNIÃO) |
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Davi Alcolumbre (UNIÃO) | 1. Veneziano Vital do Rêgo (MDB) |
Sergio Moro (UNIÃO) | 2. Alan Rick (UNIÃO) |
Marcio Bittar (UNIÃO) | 3. Professora Dorinha Seabra (UNIÃO) |
Eduardo Braga (MDB) | 4. Giordano (MDB) |
Renan Calheiros (MDB) | 5. Efraim Filho (UNIÃO) |
Jader Barbalho (MDB) | 6. Izalci Lucas (PL) |
Oriovisto Guimarães (PODEMOS) | 7. Marcelo Castro (MDB) |
Marcos do Val (PODEMOS) | 8. Cid Gomes (PSB) |
Weverton (PDT) | 9. Carlos Viana (PODEMOS) |
Plínio Valério (PSDB) | 10. Zequinha Marinho (PODEMOS) |
Alessandro Vieira (MDB) | 11. Jayme Campos (UNIÃO) |
Bloco Parlamentar da Resistência Democrática (PSB, PT, PSD) |
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Omar Aziz (PSD) | 1. Zenaide Maia (PSD) |
Angelo Coronel (PSD) | 2. Irajá (PSD) |
Otto Alencar (PSD) | 3. Vanderlan Cardoso (PSD) |
Eliziane Gama (PSD) | 4. Mara Gabrilli (PSD) |
Lucas Barreto (PSD) | 5. Daniella Ribeiro (PSD) |
Fabiano Contarato (PT) | 6. Jaques Wagner (PT) |
Rogério Carvalho (PT) | 7. Humberto Costa (PT) |
Janaína Farias (PT) | 8. Teresa Leitão (PT) |
Ana Paula Lobato (PSB) | 9. Jorge Kajuru (PSB) |
Bloco Parlamentar Vanguarda (PL, NOVO) |
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Flávio Bolsonaro (PL) | 1. Rogerio Marinho (PL) |
Carlos Portinho (PL) | 2. Eduardo Girão (NOVO) |
Magno Malta (PL) | 3. Jorge Seif (PL) |
Marcos Rogério (PL) | 4. Eduardo Gomes (PL) |
Bloco Parlamentar Aliança (PP, REPUBLICANOS) |
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Ciro Nogueira (PP) | 1. Tereza Cristina (PP) |
Esperidião Amin (PP) | 2. Dr. Hiran (PP) |
Mecias de Jesus (REPUBLICANOS) | 3. Hamilton Mourão (REPUBLICANOS) |