Opinião: Tributação das apostas esportivas no Brasil será superior a 26% do GGR

Apostas, Opinião I 17.04.23

Por: Magno José

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Tramitação do projeto de proibição de pagamento das apostas esportivas vai demorar
Uma tributação fora da realidade das melhores práticas mundiais poderá ser decepcionante para as estimativas do governo, que trabalha com uma canalização de 87% dos atuais apostadores

As informações contidas na reportagem veiculada pelo G1 nesta segunda-feira (17) comprova que o Brasil terá uma das maiores tributações sobre as apostas esportivas e poderá ter graves consequências na operação.

O assessor especial do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, José Francisco Manssur explica que a tributação dos sites de apostas esportivas funcionará da seguinte maneira: taxação de 15% sobre o GGR, além dos demais impostos como Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), PIS/Cofins e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (9,25%) e o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS ou ISSQN (de 2% e 5% dependendo do município). Além disso, haverá repasse de 2,55% da receita líquida para o Fundo Nacional de Segurança Pública, 0,82% para educação pública e 1,63% para as entidades de prática esportiva e os atletas que cedem os direitos de imagem.

Segundo executivos ouvidos pelo BNL, com esses percentuais a tributação das apostas esportivas no Brasil será acima de 26% e ainda tem a taxa de fiscalização e a amortização do investimento na outorga de R$ 30 milhões.

Alguns exemplos de tributação sobre o GGR são o da Ilha de Man (0%), Antígua e Barbuda (3%), Malta (5%), Chipre (13%), Reino Unido (15%), Espanha (20%), Suécia (22%) e Dinamarca (28%).

Ainda não ficou esclarecido o que o governo vai considerar como despesa. Ao considerar publicidade e marketing como despesa, os cálculos serão alterados. Lembrando que com o aumento da tributação, o empresário terá que reduzir recursos em outras áreas como publicidade e patrocínio dos times de futebol.

Uma tributação fora da realidade das melhores práticas mundiais poderá ser decepcionante para as estimativas do governo, que trabalha com uma canalização de 87% dos atuais apostadores.

Somado a todos estes obstáculos, a regulamentação vai excluir das plataformas as operações de jogo online (cassino, slot e aviator), que representam entre 65% a 70% do atual faturamento.

Agora só resta torcer para que José Francisco Manssur consiga calibrar a tributação das apostas esportivas com a sua exposição na audiência pública da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara.

“Estamos produzindo um texto que nos permita arrecadar aquilo que for justo para que o governo possa aplicar nas boas causas e tributar de forma que os apostadores não fujam para o mercado não regulado. Buscamos as melhores práticas e detectamos que o modelo ideal de tributação é o Reino Unido, onde a tributação é de 15% sobre o GGR, o que garantiu a canalização de 87% dos players atuando naquele mercado”, comentou.

 

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