Presidente da ABCPCC é contra máquinas nos jóqueis
O jornal O Globo veiculou nesta quinta-feira(22), artigo (em Destaque) do presidente da Associação Brasileira dos Criadores e Proprietários de Cavalos de Corridas (ABCPCC), Afonso Burlamaqui contrário a instalação de máquinas de caça-níqueis nos jóqueis clubes do Brasil. As entidades defendem, a exemplo de Maroñas e de Palermo, que a instalação destes equipamentos nos hipódromos pode representar a salvação do turfe no país.
Turfe sem caça-níqueis
A diretoria da ABCPCC já se manifestou oficialmente no sentido de que não vê a permissão de exploração de máquinas caça-níqueis nos hipódromos brasileiros como solução mágica para os problemas da atividade
Afonso Burlamaqui*
Sempre que se mencionam as dificuldades estruturais do turfe brasileiro, aparece alguém oferecendo como única e definitiva alternativa para lidar com a situação a exploração de “loterias instantâneas” nos hipódromos do país.
Parêntese: leia-se por “loterias instantâneas” a permissão para instalação de máquinas caça-níqueis nas dependências dos Jockey Clubs.
Há evidentes erros de enfoque nessa proposta.
Primeiro, porque não é verdade que tenha ocorrido a atração de novos frequentadores, adeptos do esporte das corridas de cavalos, nos hipódromos do exterior onde essas máquinas foram instaladas.
Quem as frequenta são, pura e simplesmente, os amantes dos jogos de azar.
E não poderia ser diferente, eis que os dois universos, os dois ambientes e os dois tipos de público não guardam nenhuma correlação entre si.
Turfe é um espor te secular com liturgia e tradição próprias, onde quem aposta pode medir suas chances de acerto em relação à performance de um ser vivo; máquinas caça-níqueis não vão além de uma loteria de números.
Segundo, porque restou evidente que a ampliação do volume de apostas ligado diretamente à atividade turfística não aconteceu com o advento das máquinas caça-níqueis, como equivocadamente se faz crer.
O que existe é apenas uma espécie de “mesada” paga aos Jockey Clubs locais pelas empresas — geralmente estrangeiras — que exploram as citadas máquinas.
E, diga-se de passagem, em concorrência direta e quase sempre predatória com o turfe e seu mercado específico.
A diretoria da Associação Brasileira dos Criadores e Proprietários de Cavalos de Corridas (ABCPCC), entidade de cunho nacional com centenas de membros, já se manifestou oficialmente no sentido de que não vê a permissão de exploração de máquinas caça-níqueis nos hipódromos brasileiros como solução mágica para os problemas da atividade entre nós.
Clique aqui e confira no site do O Globo a íntegra do artigo.
(*) Afonso Burlamaqui é advogado e presidente da Associação Brasileira dos Criadores e Proprietários de Cavalos de Corridas (ABCPCC). O Artigo foi veiculado na editoria de Opinião do jornal O Globo desta quinta-feira(22).