“Nós temos um plano de expansão, começa pela Lotex e queremos entrar nas bets” afirmou o presidente da Caixa

O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, foi entrevistado pelo jornalista Kennedy Alencar no programa “É Notícia” desta quinta-feira (11) na RedeTV!.
Durante a entrevista, Carlos Vieira fez questão de destacar que a instituição financeira pretende expandir os serviços, entrando para esse mercado de aposta para competir com bets internacionais, principalmente pelo aspecto adicional em distribuir 46% da arrecadação em benefícios sociais.
“Temos um plano de expansão, começa pela Lotex, com a volta da Raspadinha, queremos entrar nas bets, porque um mercado do tamanho do Brasil precisa ser no mínimo como o da França”.
Além disso, o presidente comentou sobre vários temas como a retomada da Lotex, parceria da Caixa com os Correios para a venda de loteria instantânea, os planos para entrada no mercado das apostas esportivas e sobre a subsidiária Caixa Loterias.
Sobre a parceria com os Correios, o presidente da Caixa disse que o compartilhamento vai permitir a comercialização de produtos lotéricos como a loteria instantânea.
“Nós estamos num momento de lançar uma nova loteria. Um resgate da instantânea, o brasileiro popularmente chamou de ‘raspadinha’. A gente quer distribuir além dos nossos lotéricos, distribuir também na rede dos Correios e os Correios estão usando já mais de 500 unidades da Caixa com aquela coleta rápida de encomendas. Não tenha dúvidas que essa parceria vai avançar bastante em várias outras frentes, brevemente estará com crédito sendo disponibilizado nas agências dos Correios ou compartilhando os ambientes físicos, com unidades nossas com postos de atendimento dentro das unidades físicas dos Correios”.
Indagado sobre o boom das bets e sobre a tradição da Caixa na área de loterias, Kennedy Alencar perguntou os planos do banco de expansão e de competir com as plataformas de apostas esportivas.
“Vou te dar um dado de como nós podemos crescer nesse segmento. No mundo inteiro a participação é muito significativa nas economias com relação a valores. O valor hoje da arrecadação no Brasil, dolarizando é de US$ 3,5 bilhões o mesmo volume de um país que tem 5% da população do Brasil que é o que Portugal faz. Então você tem países como a França que arrecada quatro vezes mais do que o Brasil nesse segmento [loterias e apostas]. A gente tem que entrar nesse mercado. A Caixa faz algum tempo que mantém o mesmo patamar de arrecadação pelas nossas loterias, gerando uma supressão de receitas dos nossos lotéricos. Nós temos todo um plano de expansão, começa pela Lotex, que é a volta da raspadinha, nós queremos entrar nas bets como um estímulo a esse mercado. O mercado do tamanho do Brasil ele tem que ser no mínimo do tamanho do mercado da França, que é igual ao mercado do Japão, Canadá, um pouco maior que o da Austrália em torno de US$ 9 a US$ 10 bilhões de arrecadação ano. Então você veja o tamanho disso…no mínimo quatro vezes mais que o Brasil. No caso da Caixa existe um outro aspecto adicional, as loterias da Caixa, do ponto de vista da arrecadação que nós fazemos, 46% do que a gente arrecada é distribuído na forma de benefício social, seja no esporte, saúde, educação, nós estaríamos fazendo uma composição no sentido dessa arrecadação ir para a sociedade de forma direta”.
Carlos Vieira confirmou que a Caixa vai entrar no mercado das apostas esportivas.
“Nós estamos numa fase agora de aprovação. Em dezembro de 2023, houve a aprovação da Lei que regulamenta o uso das bets no Brasil, abriu espaço para que a Caixa entrasse nesse segmento, inclusive a empresa nossa de loterias [subsidiária Caixa Loterias] estava naquele conjunto de empresas a serem privatizadas e saiu daquele contexto em janeiro através de Decreto, então ela se restabelece como uma oportunidade de realização de negócios. A Caixa já tem por portaria do Ministério da Fazenda, a exclusividade pelo período de 24 meses a exploração da modalidade da raspadinha no Brasil.
Sobre a Caixa Loteria o dirigente garantiu que não existe expectativa de sócio para a subsidiária.
“A empresa Caixa Loterias ela é 100% da Caixa. A ideia inicial dessa subsidiaria integral para essa atividade. Não existe num horizonte de tempo uma expectativa que você vai buscar um sócio para essa empresa”.
Com relação a comercialização de produtos o presidente da Caixa citou a capilaridade observada em outros países comentou que os lotéricos participarão como indutores da distribuição das bets.
“Quem viaja para fora do país percebe que a distribuição das loterias na Europa, nos Estados Unidos, tem vários distribuidores, como supermercado, naquelas grandes redes norte-americanas sempre tem lá venda de loterias. No caso dos nossos lotéricos, não vai impedir que isso ocorra, por exemplo, nós podemos usá-los como indutores da distribuição das bets nossa dentro do QR Code, criando um mecanismo tecnológico que ele também possa participar”.
Durante a entrevista, o presidente da Caixa também pontuou que a economia brasileira vem avançando desde o início do terceiro mandato do governo Lula, aumentando as expectativas do mercado financeiro, conforme revelou o boletim Focus divulgado na última terça-feira (9). Com estimativa que o Produto Interno Bruto (PIB) chegue a 1,9% em 2024, Carlos Vieira acredita que “a expectativa é que supere os 2%.