Nubank tenta dissuadir clientes de fazer Pix para bets: “Que tal guardar esse dinheiro?”
O Nubank deu início a uma campanha para dissuadir clientes de realizarem transferências Pix para bets no Brasil. A instituição financeira identifica chaves Pix usadas frequentemente por casas de apostas e, antes de completar a transação do cliente, mensagem sugere que dinheiro seja guardado ao invés de usado para apostar.
Ao digitar uma chave Pix em que há suspeita de ser de uma bet no Nubank, uma mensagem pergunta: “Essa transferência é para uma casa de apostas? A chave-pix inserida é frequentemente utilizada por casas de apostas”, ao que o cliente pode responder “sim” ou “não”.
Em seguida, caso responda positivamente, uma nova tela aparece, confirmando a operação mais uma vez antes de completá-la:
“Que tal guardar esse dinheiro? Alguns desses jogos são legalizados no Brasil, porém não há garantias de ganho. Guardando esse dinheiro ao invés de apostar, você tem a certeza de que ele vai render sem preocupação”, diz a mensagem.
Apesar das mensagens, o Nubank não impede as transferências para bets. Caso ainda assim o desejar, o cliente pode completar o Pix para a casa de apostas.
Ao Valor, o Nubank disse que as mensagens não aparecem para todos os usuários. Não informou como identifica chaves-pix de casas de apostas e quais bets estão na lista.
“No Nubank, estamos sempre em busca de oportunidades para melhorar a experiência dos nossos clientes. Realizamos com frequência testes de novos produtos e soluções para uma pequena parcela da base de usuários. Quaisquer novidades ou atualizações serão compartilhadas no momento oportuno”, disse por nota.
Febre de apostas no Brasil
O Brasil é o país com mais acessos a plataformas de apostas online do mundo. Um levantamento da plataforma Aposta Legal, site informativo que apoia as empresas que operam dentro da legalidade, mostrou que, em 2024, os brasileiros fizeram cerca de 6,68 bilhões de visitas a sites e aplicativos de apostas no país em 2024, o equivalente a 210 acessos por segundo.
No bolo, estão plataformas que operam jogos de azar, como o “jogo do tigrinho”. Do total, 98,9% foram visitas a sites legalizados, autorizados pelo Ministério da Fazenda a operar. O tempo médio de permanência nessas plataformas foi de 4 minutos e 34 segundos.
Este ano marca o início do mercado regulado de apostas de quota fixa no Brasil. As empresas devem cumprir uma série de requisitos para operar, entre elas a manter sites com o domínio “.bet.br”. A expectativa do governo federal é que, com a regulação, será possível a correção de “problemas estruturais” e reduzir riscos associados à prática de apostas, como o superendividamento. (Com informações do VALOR)
