Senado realiza Sessão de Debates Temáticos sobre legalização de jogos e apostas
O Senado realiza nesta quinta-feira (8), às 10h, Sessão de Debates Temáticos, no plenário, para discuti o PL 2234/2022 que legaliza a exploração de jogos e apostas em todo o território nacional.
A sessão foi convocada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco e deverá ser presidida pelo relator do projeto de lei que legaliza cassinos em resorts, turísticos e fluviais, além de bingo, jogo do bicho e jogos online, senador Irajá Silvestre (PSD-TO) terá o mesmo conceito da audiência pública realizada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), com seis representantes favoráveis e seis contrários.
Alguns dos indicados para a sessão já estiveram na audiência pública sobre a regulamentação dos jogos realizada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado no dia 9 de maio deste ano. Após a realização da Sessão de Debates Temáticos a proposta estará pronta para ser votada pelo plenário do Senado, que deve ocorrer ainda no mês de agosto.
O requerimento para realização da Sessão de Debates Temáticos foi do senador Eduardo Girão, contrário a aprovação do projeto de lei e que utiliza o regimento para protelar ao máximo a votação.
Foram indicados pelo senador Irajá (PSD-TO) o secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Régis Dudena; o secretário Nacional de Infraestrutura, Crédito e Investimentos no Turismo do Ministério do Turismo, Carlos Henrique Sobral, que estará representando o ministro Celso Sabino; o presidente da Associação Internacional de Gaming – Aigaming, Waldir Eustáquio Marques Jr.; o especialista em Regulação de Jogos e Apostas, Leonardo Henrique Benites do Prado; o presidente da Associação Brasileira de Promotores de Eventos – ABRAPE, Doreni Caramori e o presidente da Associação Brasileira da Industria de Hotéis – ABIH, Manoel Cardoso Linhares.
Foram indicados pelo senador Eduardo Girão (NOVO-CE) o delegado de Polícia, Isalino Antônio Giacomet Junior; o empresário André Rolim; o médico psiquiatra e coordenador o Programa Ambulatorial do Jogo Patológico (PRO-AMJO), Hermano Tavares; o economista Ricardo Gazel, o presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais de Receita Federal do Brasil – ANFIP, Vilson Antônio Romero e pastor Silas Malafaia. Alguns convidados vão participar através de videoconferência.
Oposição à legalização dos jogos é uma questão religiosa
O BNLData sempre comentou que questões religiosas contaminam e distorcem o debate sobre a legalização dos jogos. Como se não bastassem o lobby dos pastores parlamentares para manter o jogo na ilegalidade, a Sessão de Debates Temáticos da manhã desta quinta-feira no Senado vai ganhar o reforço do pastor protestante neopentecostal brasileiro e líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia, para comprovar definitivamente que a oposição ao jogo legal é religiosa.
Em nome das mamatas mundanas, usando o nome de Deus e da Democracia em vão, esses atores, especialistas na arte das conveniências personalistas, insistem no discurso anacrônico – e ignorante, sobretudo – de manter na ilegalidade cassino, bingo e jogo do bicho em território brasileiro.
Manter os jogos na clandestinidade é uma forma de alimentar outra indústria, muito mais perigosa e que provoca muitos mais danos à sociedade: a corrupção, os esquemas de propina e a chantagem política. A ‘indústria da proibição’ é uma atividade muito lucrativa e é preocupante que um segmento dos evangélicos liderem o lobby para manter esta atividade na clandestinidade.
A pergunta é: em benefício de quem ou a quem interessa manter este setor na clandestinidade?