Reportagem do Extra: Sempre haverá um empreendedor…
Não existe novidade no conteúdo da reportagem veiculada nesta quarta-feira (23) pelo Extra e Globo Online sobre as operações de apostas esportivas não reguladas, que comprovam que o brasileiro não está proibido de jogar, mas o Brasil está impedido de arrecadar com os jogos e de controlar esta atividade.
A inapetência e a omissão do governo federal e do Congresso Nacional em legalizar e regular este setor gerou um forte incremento no jogo não regulado ao longo dos últimos anos. O crescimento do mercado de apostas esportivas é uma clara comprovação que não existe uma política para combater e nem normatizar esta atividade.
Sempre existirá posições contrárias em relação aos jogos, mas o pior dos quadros é a clandestinidade, que alimenta os crimes paralelos e a impossibilidade de regras claras que transformam em riscos calculados todos os problemas oriundos da patologia dos jogadores e os riscos inerentes à lavagem de dinheiro em ambientes de jogos.
A ‘indústria da proibição’ é uma atividade muito lucrativa e é preocupante que entidades, evangélicos, católicos e, até mesmo, uma frente parlamentar contrária a legalização dos jogos liderem o lobby para manter esta atividade na clandestinidade.
Sabemos que toda proibição é discutível e quase sempre inútil, pois nada resolve, como não resolveu nos Estados Unidos, a proibição de fabricação e comércio de bebidas alcoólicas com a edição da Lei Seca. A proibição do jogo de azar no Brasil também não resolveu o problema do nosso centenário jogo do bicho.
Os Estados Unidos de tradição puritana, legalizou e acolheu o jogo no seu sistema jurídico, porque percebeu que existindo demanda “alguém” vai prestar o serviço.
Não me canso de repetir: quem quiser jogar e apostar, e não puder fazê-lo de acordo com a lei, irá buscá-lo no mercado paralelo, pois sempre haverá um ‘empreendedor’, para dar à sociedade o que a sociedade desejar.