Advogada de Deolane, é indiciada por ligação com máfia chinesa para explorar jogos de azar

Apostas I 14.09.24

Por: Magno José

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PCDF revela elo de advogada de Deolane Bezerra com rede criminosa chinesa
O esquema criminoso envolve uma rede criminosa internacional de exploração ilegal de jogos de azar online. A investigação conduzida pela 9ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal aponta que um grupo chinês foi responsável pela criação e operação do esquema e Adélia Soares teria atuado como facilitadora na criação da PlayFlow Processadora de Pagamentos

Indiciada pela 9ª Delegacia de Polícia (Lago Norte) do Distrito Federal, a advogada da influencer Deolane Bezerra, Adélia de Jesus Soares, virou alvo de uma investigação policial que apura esquema de exploração ilegal de jogos de azar no Brasil, registra a Coluna na Mira do Metrópoles.

O caso não tem relação com a operação da Polícia Civil de Pernambuco que prendeu Deolane no início do mês. Segundo a investigação, Adélia se aliou à máfia chinesa para explorar jogos de azar no Brasil, dentre eles o “jogo do tigrinho”.

Adélia foi identificada pela polícia como administradora da PlayFlow Processadora de Pagamentos, criada em 11 de julho com documentação irregular na Junta Comercial de São Paulo. Com sede nas Ilhas Virgens Inglesas, a empresa seria de fachada e ligada à Okpayments.

O caso envolve uma rede criminosa internacional. Segundo as apurações, Adélia Soares teria atuado como facilitadora e laranja. O esquema criminoso está relacionado a exploração ilegal de jogos de azar online. A investigação conduzida pela 9ª DP aponta que um grupo chinês foi responsável pela criação e operação do esquema. A PlayFlow Processadora de Pagamentos Ltda, uma empresa criada recentemente, é um dos principais focos da investigação.

De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), com o rompimento do contrato entre outras duas empresas, a Okpayments e Anspacepay, o grupo chinês buscou alternativas para continuar a operação ilegal. Foi nesse contexto que a PlayFlow foi criada, com o objetivo de receber pagamentos provenientes de apostas ilegais. A empresa foi registrada na Junta Comercial de São Paulo (JUC-SP) em 11 de julho de 2024.

O delegado responsável pelo caso afirma em seu relatório final que, ao tentar compreender o golpe, se deparou com “um verdadeiro encontro fortuito de provas”.

“O que se encontrou foi uma operação gigantesca de exploração ilegal de cassinos online, instrumentalizada por um laranjal de empresas interpostas que se utilizam do desregulado setor de instituições de pagamento para fazer fluir o dinheiro ilegal obtido com a contravenção”, diz.

De acordo com o relatório, as instituições de pagamento sob investigação funcionavam como “forte canal invisível de canalização dos lucros auferidos com os cassinos ilegais”.

O documento diz ainda que criminosos chineses enviaram emissários para operar cassinos ilegais no Brasil. Eles abriram empresas de fachada no país com a cooptação de pessoas, Adélia entre elas.

Adélia de Jesus Soares, que figura como administradora da PlayFlow, é acusada de ser um elo crucial no esquema. Segundo as investigações, a constituição da PlayFlow ocorreu de maneira irregular. Utilizando documentos falsificados de uma empresa fictícia das Ilhas Virgens Britânicas, a Peach Blossom River Technology LTD, a PlayFlow foi registrada como representante dessa entidade no Brasil.

Essa prática, segundo a polícia, visa ocultar a verdadeira origem e o controle da empresa, dificultando o rastreamento das atividades ilícitas.

Os investigadores afirmam que contas foram abertas para receber dinheiro por meio de transferência vai Pix. Os valores eram remetidos ao exterior por operações de câmbio fraudulentas.

Há ainda indícios de outros crimes, como gestão temerária de instituição de pagamento e atribuição de falsa identidade para operação de câmbio, além de organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Os investigadores questionaram a SPA (Secretaria de Prêmios e Apostas) do Ministério da Fazenda sobre as empresas que pediram autorização para atuar com apostas conforme a legislação aprovada pelo Congresso no fim de 2023. No total, 112 pedidos foram efetivados para garantir a operação legal a partir de 1º de janeiro de 2025, registra a Folha de S.Paulo.

A investigação concluiu que, mesmo após a publicação da norma, criminosos continuam a entrar no Brasil e criar “gigantescas operações ilegais de exploração de jogos de azar”, usando “esquemas sofisticados de lavagem de dinheiro”.

As investigações apontam, ainda, que a PlayFlow foi registrada com documentos falsos, incluindo um PDF inválido em inglês que supostamente representava os atos constitutivos da Peach Blossom River Technology LTD. O registro da empresa na JUC-SP também não teria seguido os procedimentos legais adequados, como apostilamento e tradução juramentada dos documentos estrangeiros.

Para os investigadores, como advogada, Adélia Soares tem conhecimento profundo das leis e regulamentos brasileiros. Isso levanta suspeitas sobre sua participação deliberada no esquema, uma vez que deveria estar ciente das irregularidades no processo de registro da PlayFlow. A sua atuação como administradora da empresa e a assinatura do contrato social, em 11 de julho de 2024, reforçam a ideia de que ela desempenhou um papel ativo no esquema, destacou a PCDF

Relatório da 9ª DP também relata que, após ser confrontada com as evidências, Adélia negou conhecer os verdadeiros responsáveis pela PlayFlow, identificados como Michael e Riko, representantes do grupo criminoso chinês. Ela também negou ser a proprietária da empresa, mesmo com o contrato social que a coloca como administradora. Além disso, a advogada teria começado a ignorar os contatos e intimações da polícia.

Indiciamento
A advogada de Deolane foi indiciada por falsidade ideológica e associação criminosa. O indiciamento tem como base a participação dela na abertura da empresa de fachada para o grupo criminoso, facilitando a exploração ilegal de jogos de azar e a ocultação da identidade dos verdadeiros operadores.

Embora as fontes da investigação não mencionem diretamente a participação de Adélia no crime de lavagem de dinheiro, este é um aspecto crucial da operação realizada pela Anspacepay.

A empresa é acusada de usar CPFs de pessoas falecidas e operações fraudulentas de câmbio para remeter valores para o exterior, caracterizando um esquema de lavagem de dinheiro para o grupo criminoso.

Leia a nota de defesa de Adélia Soares na íntegra:

“Em resposta às recentes alegações envolvendo a Doutora Adélia Soares, informamos que ela está plenamente ciente dos fatos mencionados e já tomou todas as providências legais cabíveis. Entre essas medidas, destaca-se o registro de boletins de ocorrência, visando proteger sua integridade e reputação.

As acusações feitas contra ela são infundadas e resultam de um golpe praticado por terceiros, que utilizaram seu nome de forma indevida e criminosa. A Doutora Adélia informa que está colaborando ativamente com as autoridades para esclarecer os fatos e responsabilizar os verdadeiros culpados, uma vez que apenas prestou suporte administrativo para a empresa em questão.

Cabe ressaltar que sua carreira e vida pessoal são pautadas pela ética e legalidade, repudiando veementemente qualquer conduta contrária a esses princípios.

Estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos que se façam necessários”.

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