Grupo Globo é a favor da legalização dos jogos, mas nem sempre foi assim…

Destaque, Opinião I 25.06.24

Por: Magno José

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O editorial ‘Legalizar cassinos e jogos de azar é a melhor solução’ veiculado pelo O Globo nesta terça-feira (25) é o reconhecimento do trabalho de várias pessoas e entidades, que ao longo dos últimos anos defenderam a legalização dos jogos. A opinião do jornal carioca nos deixa ainda mais orgulhosos pelo fato de destacar argumentos que o BNLData e o IJL defenderam há mais de 20 anos.

Para se ter noção do que representa esta mudança de opinião do O Globo, durante muitos anos o setor de jogos de azar foi satanizado todos os meses pelos editores do jornal, sendo nos anos de 2016, 2017 e 2018 foram 12 editoriais contrários a legalização dos jogos.

Todos os editoriais foram registrados: ‘Um alto preço’ (04.01.2016), ‘Ajuste não pode justificar a legalização do jogo’ (24.02.2016), ‘Aposta temerária’ (07.03.2016), ‘Ideia danosa’ (13.06.2016), ‘Legalizar o jogo é inadequado e eticamente condenável’ (05.07.2016), ‘Liberar o jogo tem custo social e criminal’ (22.07.2016), ‘Ganhos enganosos’ (22.08.2016), ‘É crucial manter o alerta contra o lobby do jogo’ (28.10.2016), ‘Aposta no prejuízo‘ (28.02.2017), ‘Urca nunca mais’ (04.09.2017), ‘Legalização de jogos é aposta demagógica’ (09.11.2017) e ‘Demagogia pura’ (22.01.2018).

Grupo Globo é a favor da legalização dos jogos, mas nem sempre foi assim…

O primeiro editorial do O Globo reconhecendo que o melhor caminho seria a legalização foi através do texto ‘O melhor é legalizar o jogo para regulá-lo’ veiculado no dia 21 de março de 2018. Na sequência, o jornal do Grupo Globo publicou vários editoriais sobre  o tema e também sobre a regulamentação das apostas esportivas como: ‘Liberação de cassinos em resorts poderá alavancar região do Porto’ (23.12.2018), ‘Importante regulamentar lei que legaliza apostas esportivas’ (10.09.2019), ‘Editorial O Globo: Legalizar jogos seria decisão mais sensata’ (1

8.10.21), ‘Senado precisa tratar legalização dos jogos com racionalidade’ (26.02.22), ‘Manipulação de resultados na Série B do futebol impõe desafio a clubes e CBF’ (27.03.23), ‘Manipulação de resultados põe em xeque credibilidade do futebol’ (22.04.23), ‘Regulação das apostas não pode se limitar a taxação’ (21.08.23) e ‘Regulação de jogos on-line deve ser prioridade’ (19.12.23).

O GLOBO é o jornal mais influente no Congresso, aponta pesquisa

Mas os assinantes devem estar se perguntando a importância da opinião favorável do O Globo sobre a legalização e regulamentação dos jogos e apostas. O jornal carioca é o mais lido no Congresso Nacional, como revelou a edição deste ano da pesquisa Mídia & Política, feita pelo Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem (IPRI), da FSB Holding. Nas citações espontâneas, o jornal é mencionado por 40% dos parlamentares. Quando o recorte é apenas o Senado, 97% dos senadores são leitores, 35 pontos a mais que o segundo colocado, “O Estado de S. Paulo”.

O levantamento também mediu ainda o grau de confiança dos políticos do Congresso nos diferentes tipos de mídia. Jornais (59%), telejornais (54%) e rádios (52%) são os mais mencionados. Os percentuais consideram a soma de “confia” e “confia muito”.

Editorial do Estadão: vanguarda do atraso e do conservadorismo

O jornal paulista O Estado de S.Paulo, que se coloca com frequência na vanguarda do atraso e do conservadorismo a legalização dos jogos, abusou no editoria veiculado nesta terça-feira (25)  sob o título ‘O avanço da jogatina‘, para criticar o avanço do PL 2234/22 no Senado Federal.

Segundo o jornal o “projeto aprovado na CCJ do Senado legaliza até o jogo do bicho, notória lavanderia de dinheiro de criminosos sanguinários, o que deixa claro seu caráter absolutamente deletério para o País”.

O editorialista incorpora o espírito de Dona Santinha ao afirmar que “Os jogos de azar não foram proibidos no Brasil por mera questão de ordem moral, ainda que contribuam para o processo de degradação pessoal e familiar”.

O jornal O Estado de São Paulo talvez seja o único veículo de comunicação, que ainda mantém uma linha editorial contrária a legalização dos jogos.

 

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