Bets ameaçam concorrer com seguros e previdência na preferência dos brasileiros

Apostas I 28.11.24

Por: Magno José

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A taxa de 65% dos que pensam com frequência no planejamento é maior do que a observada em 2023. A pesquisa também tangenciou o tema das “bets”. Um quarto (25%) costuma jogar, participar de jogos de azar ou fazer apostas online

A pesquisa do Datafolha para a FenaPrevi “A Percepção dos Brasileiros sobre Proteção e Planejamento” capturou neste ano pela primeira vez o comportamento dos entrevistados em relação aos gastos com itens considerados supérfluos, registra reportagem do VALOR.

Entre os que responderam à sondagem, 46% afirmaram não possuir despesas supérfluas, e por isso não teriam como cortar gastos. Mas, quando questionados diretamente, um quarto (25%) afirmou que costuma participar de jogos de azar ou de apostas online. Ainda nesse quesito, 10% deles consideraram esse tipo de gasto mais importante do que contratar um seguro de vida.

Nas discussões dos grupos foi possível constatar que vários participantes reconhecem que loterias, apostas esportivas e bingos, são gastos supérfluos. No entanto, muitos continuam apostando, movidos pela esperança de ganhar e mudar a vida financeira. Há uma dualidade entre a percepção desses jogos como desnecessários e o desejo de obter ganhos rápidos e significativos.

“No último ano, os volumes de prêmios chegaram a R$ 388 bilhões, enquanto as bets receberam R$ 243 bilhões, 13% dos brasileiros investem em bets e mais de 50% ganha até dois salários mínimos, essa é realidade das nossas escolhas”, afirmou Patricia Freitas, principal executiva (CEO) da Prudential Seguros, ao participar de evento da Fenaprevi.

Com uma penetração das apólices de vida em 18% da população e de só 9% na previdência, a executiva comentou que ainda há muito a fazer, tomando-se como referência economias com taxas mais expressivas, como Japão (90%) ou Estados Unidos (60%).

“Evoluímos muito em produtos, em canais, em chegar nesse consumidor com mais simplicidade, mas tem um ponto fundamental que passa pela educação. A pessoa pode ser sensibilizada [pela necessidade de se planejar], mas não entende. A informação está chegando, mas talvez a gente não esteja conseguindo explicar”, comentou a executiva. “Há um potencial grande de tecnologia, precisa da união do setor para que não seja 18% e 9% concorrendo com as bets. É mais divertido jogar do que pensar num seguro de vida, na previdência privada.”

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