Senado instala frente contrária aos jogos de azar

O Senado promulgou e instalou na quinta-feira, dia 28 de abril, a Frente Parlamentar por um Brasil sem Jogos de Azar, formada por senadores contrários a liberação do tema pelo Congresso, mas que se dizem dispostos a promover discussões sobre o assunto, revela o Blog Lauro Jardim.
Parágrafo único do texto que criou o grupo dá o tom de como vão funcionar os trabalhos:
“A Frente Parlamentar por um Brasil sem Jogos de Azar terá por objetivo promover debates e adotar iniciativas que desestimulem os jogos de azar e combatam suas consequências nefastas para a sociedade”.
Frente só tem cinco senadores
Depois de duas semanas de instalada, a Frente Parlamentar por um Brasil sem Jogos de Azar recebeu a inscrição de apenas cinco senadores. O primeiro a aderir foi (claro) o senador José Serra (PSDB-SP), seguido pelos senadores Eduardo Girão (Podemos-CE) e Jorge Kajuru (Podemos-GO) e as senadoras Mailza Gomes (PP/AC) (suplente do senador Gladson Cameli) e Eliziane Gama (CIDADANIA/MA).
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Visto, lido e ouvido: Frente Parlamentar contra a jogatina

Ainda é cedo para sabermos, ao certo, se a notícia de que o Senado se oporá fortemente à aprovação dos jogos de azar e à volta dos cassinos, como deseja uma ala muito suspeita dentro da Câmara dos Deputados, e, mais do que isso, vetar, matar e enterrar, definitivamente, essa proposta que parece feita sob medida apenas para o estabelecimento de um banco oficial para crime organizado lavar o dinheiro proveniente de práticas ilegais.
A aprovação de uma Frente Parlamentar por um Brasil sem Jogos de Azar, nesta semana, dentro do Senado, prometeu reunir número suficiente para barrar a aberração. Para isso, um Projeto de Resolução do Senado (PRS nº11/2022), de autoria do senador Eduardo Girão (Podemos/CE), obteve, segundo seu autor, número suficiente para a instituição desse novo colegiado e marchará unido contra a liberalização geral da jogatina, conforme prevê o famigerado projeto da Câmara (PL 442/1991) ressuscitado, de modo sorrateiro, pela atual presidência daquela Casa Legislativa.
A ideia, até aqui, é promover debates e outras iniciativas dentro e fora do Senado para, por meio de propostas legislativas, campanhas e outars medidas que desincentivem os jogos de azar. Infelizmente, a gente não tem observado, ainda, qualquer mobilização da sociedade contra esse tipo de proposta. Num país como o nosso, campeão mundial da violência urbana e onde o crime organizado vai, a cada dia, se infiltrando nas instituições do Estado, essa seria uma providência a ser adotada, com urgência, na propaganda oficial, nas escolas, nas igrejas e em toda parte, informando o público dos perigos que essa atividade pode acarretar para a segurança de todos e mesmo para o futuro das novas gerações.
O crime organizado, que parece agir por trás de propostas liberalizantes dessa natureza, controla e domina áreas inteiras das grandes metrópoles, ascendendo em poderio nos milhares de quilômetros de fronteiras seca do país, controlando serviços públicos, atuando em garimpos e nos portos, corrompendo a polícia entre outras atividades criminosas. Dar mais essa facilidade para a supremacia desses criminosos, com a liberação geral de cassinos, quando se sabe do poder cada vez menor das polícias e mesmo diante da leniência de nossa Justiça, incapaz de julgar poderosos, é uma imensa irresponsabilidade, com consequências até piores do que uma guerra.
É preciso, o quanto antes, a veiculação de campanhas contra esse verdadeiro suicídio da nossa sociedade. Uma vez estabelecidos, os cassinos vão se proliferar como moscas, corrompendo, lavando o dinheiro do tráfico de drogas e de armas, facilitando o intercâmbio entre criminosos de outras partes do planeta, tornando nosso país um paraíso, sem igual, para a bandidagem internacional e para grupos que agem desde a venda de órgãos humanos até armas de guerra e outras modalidades de comércio criminoso que movimenta quantias capazes de comprar países inteiros de porteira fechada.
Não há qualquer ficção distópica nessas previsões. São possibilidades que se abrem, ainda mais em nosso país, onde a Justiça funciona de forma precária e seletiva. Dizer que os cassinos gerarão empregos e impostos é uma cortina de fumaça a esconder o que está trás. Não se trata aqui de combater uma atividade nociva apenas, como reforçam os eufemismos correntes. Trata-se, na verdade, de uma cruzada que deve ser feita por toda nação, para que essas autênticas portas do inferno não sejam abertas em nosso país.
Temos problemas, corruptos e leniência de sobra. O que nos falta são escolas de qualidade, hospitais e cidades seguras, varridas de todo o lixo humano. Dessem-se ao trabalho de investigar a fundo e de perto todos aqueles que defendem a volta dos cassinos, por certo, encontraríamos um bom número de parlamentares ou implicados com as leis, ou em vias de virem a sê-los. (Correio Braziliense – Circe Cunha)
Comentário do editor: resposta para a jornalista
O presidente do Instituto Brasileiro Jogo Legal – IJL, Magnho José enviou uma resposta esclarecedora para a colunista Circe Cunha respondendo as bobagens elencadas pela jornalista no artigo veiculado no dia 30 de abril no Correio Braziliense.
Este não foi o primeiro artigo preconceituoso da Circe Cunha, em dezembro de 2021, a jornalista tinha veiculado no Blog do Ari Cunha, do mesmo Correio Braziliense, o artigo ‘Tenha fé no jogo’ com argumentos semelhantes aos do elencado acima.
Tratar a legalização dos jogos como “verdadeiro suicídio da nossa sociedade” é um absurdo que jamais pensei em ler, principalmente de um ‘coleguinha’. Ou seja, além de preconceituosa a ‘coleguinha’ é ignorante sobre o tema.