Venda da Lotex pode ser adiada

Loteria I 07.02.18

Por: Magno José

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A privatização da Lotex se tornou uma verdadeira novela. Entre idas e vindas do governo, os valores já oscilaram de R$ 4 bilhões até os mais recentes R$ 540 milhões, incorporados na programação orçamentária e financeira de 2018 e que são praticamente metade do valor previsto na Lei Orçamentária aprovada no fim do ano passado pelo Congresso Nacional

Fontes envolvidas na discussão consideram que a abertura do mercado de jogos no Brasil pode significar um aumento forte da concorrência com os produtos lotéricos já existentes e também com a “raspadinha”, diminuindo a atratividade desse produto, que está sendo recriado no Brasil.

Um interlocutor destaca que a margem de lucro da raspadinha tende a ser estreita e os cálculos sobre outorga e rentabilidade do setor foram feitos considerando um mercado fechado, cujo único concorrente são os produtos já existentes das loterias operadas pela Caixa Econômica Federal.

Essa fonte lembra que, no caso do produto mais barato, com valor de R$ 3,50, sobrará para o operador apenas R$ 0,64 para arcar com seus custos operacionais, pessoal, impostos e lucro. “Qualquer mudança no mercado pode reduzir ou eliminar o lucro e tornar o negócio gerador de prejuízo”, diz.

Outra ala do governo, contudo, minimiza esse risco. “O projeto de legalização dos jogos está na iminência de ser aprovado há pelo menos três ou quatro anos. Isso é um debate no Congresso de que não participamos.

Agora, pode sair rápido ou não”, comenta uma fonte. “Mas, mesmo que seja rapidamente aprovado, ainda neste semestre, o efeito da lei não seria imediato porque teria ainda que ser constituída uma agência reguladora autônoma para regular e fiscalizar casinos, bingos etc.”

Esse interlocutor acrescenta ainda que o mercado da Lotex é diferente dos cassinos. “Algumas empresas nos Estados Unidos participam dos dois mercados, em um como operadores e no outro como fornecedor de máquinas. Esse é o caso da Sientific Games, por exemplo, que é concessionária de loterias em vários estados e fornece máquinas para cassinos”, comenta.

A privatização da Lotex se tornou uma verdadeira novela. Entre idas e vindas do governo, os valores já oscilaram de R$ 4 bilhões até os mais recentes R$ 540 milhões, incorporados na programação orçamentária e financeira de 2018 e que são praticamente metade do valor previsto na Lei Orçamentária aprovada no fim do ano passado pelo Congresso Nacional.

A nova queda do valor se deve à redução de prazo de concessão para 15 anos, que era o tempo original. O governo havia elevado esse tempo para 25 anos como forma de tentar arrecadar mais com a outorga no leilão, mas, diante das resistências das empresas, voltou atrás e reduziu o preço pedido para quem quiser operar o produto.

Existe nas discussões a possibilidade de a Caixa se associar a um operador internacional para não ficar de fora do mercado, opção que estava sendo avaliada pelo banco. A ala mais otimista do governo trabalhava com a possibilidade de ao menos cinco dos dez maiores operadores mundiais entrarem no certame para adquirir o direito de operar o produto no Brasil.

A vantagem de se associar à Caixa é o conhecimento do mercado brasileiro e a grande rede de lotéricas, que podem distribuir as “raspadinhas”.

Diante das dificuldades, a venda da Lotex, prevista para ocorrer até março, já é programada para maio, embora algumas pessoas envolvidas considerem que um cenário otimista seria a privatização ser efetivada apenas no segundo semestre. Existe nas discussões a possibilidade de a Caixa se associar a um operador internacional para não ficar de fora do mercado, opção que estava sendo avaliada pelo banco. A ala mais otimista do governo trabalhava com a possibilidade de ao menos cinco dos dez maiores operadores mundiais entrarem no certame para adquirir o direito de operar o produto no Brasil.

A vantagem de se associar à Caixa é o conhecimento do mercado brasileiro e a grande rede de lotéricas, que podem distribuir as “raspadinhas”.

Diante das dificuldades, a venda da Lotex, prevista para ocorrer até março, já é programada para maio, embora algumas pessoas envolvidas considerem que um cenário otimista seria a privatização ser efetivada apenas no segundo semestre. (Valor Econômico – Fabio Graner – De Brasília)

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