A mesma estratégia de compartilhamento de desinformação contra a legalização dos jogos foi usada pela bancada evangélica na votação do PL das Fake News

Destaque, Opinião I 05.05.23

Por: Magno José

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Mensagens compartilhadas por parlamentares da bancada evangélica. Ao longo dos anos o setor tem sido vítima de discursos com desinformação sobre as vantagens da legalização dos jogos

Há anos que questionamos a credibilidade do discurso da bancada evangélica contra a legalização dos jogos. Ao longo dos anos o setor tem sido vítima destes parlamentares com discursos de desinformação, que legalização dos jogos vai gerar lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, evasão de divisas, jogo patológico, endividamento, corrupção de agentes públicos, favorecimento da criminalidade, tráfico de drogas, consumo de drogas ilícitas, turismo sexual, suicídio, destruição familiar, perda de patrimônio, afetar a saúde das pessoas, entre outros malefícios.

Os opositores ignoram que o Brasil hoje tem uma grande oferta de jogo não regulado e a única solução para este problema é a legalização, regulamentação, fiscalização, controle e depuração após o amadurecimento.

A votação do PL das Fake News, que uniu bolsonaristas, setores evangélicos, plataformas digitais e redes sociais no movimento de oposição à proposta com o uso indiscriminado de informações mentirosas comprovou a fragilidade do discurso da ‘Turma da Jogatina’ (aqueles que vivem demonizando e profetizando contra o setor de jogos e apostas)

Repito pela milésima vez: até onde vai a credibilidade destes atores que vivem profetizando contra o setor de jogos?

Vocês sabem: eu desconfio de todos!!!

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PL das Fake News: deputados da bancada evangélica compartilham desinformação contra o projeto nas redes

Levantamento revela que 18 parlamentares ligados ao segmento divulgaram conteúdos falsos sobre o tema; parte deles alega que o texto ameaça a liberdade religiosa, embora não haja menções ao assunto

Ao mesmo tempo em que a Frente Parlamentar Evangélica articula politicamente a derrubar o projeto de lei de combate à disseminação de conteúdos falsos, o chamado PL das Fake News, pelos menos 18 deputados federais ligados a igrejas do segmento compartilharam desinformação sobre a proposta. Os dados estão em um levantamento feito do GLOBO com base em um material do Coletivo Bereia, agência de checagem de informação voltada para esse público.

Boa parte dos congressistas mapeados sustenta que o texto ameaça a liberdade religiosa nas redes sociais. Argumentam que, caso seja aprovado, a iniciativa criminalizaria o compartilhamento de versículos bíblicos, por exemplo. Os posts, contudo, não indicam qual parte do texto contém tal ameaça, já que o projeto não faz menção à religião.

O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), por exemplo, afirmou em publicação na semana passada que, com a aprovação do projeto, “até a fé” seria censurada. O parlamentar chega a enumerar 11 versículos que seriam “proibidos nas redes”.

De acordo com deputados, como Clarissa Tércio (PP-PE), essa regulação seria feita pelo “Ministério da Verdade” — forma pela qual o órgão que regularia as redes passou a ser chamado entre quem espalha desinformação. A criação de uma estrutura já não faz mais parte da proposta — o trecho que criaria foi retirado do texto final do relator Orlando Silva (PCdoB-SP).

Diretora-geral do Coletivo Bereia, Magali Cunha avalia que esse imaginário de perseguição cristã vem ganhando espaço nas redes.

— São noções consolidadas em cima do imaginário da perseguição cristã, o que chamamos de cristofobia, que vem ganhando sucesso nas redes. A disseminação não depende de dados concretos, mas do imaginário.

Não é toda bancada evangélica, contudo, que concorda com o argumento do fim da liberdade religiosa. O deputado Marcos Pereira, presidente do Republicanos, ligado à igreja Universal, chegou a gravar um vídeo no qual afirma não ser verdade que manifestações religiosas serão proibidas nas redes sociais, caso o texto seja aprovado, apesar de ser contra o PL.

Eco nas igrejas

Além da religião, há ainda parlamentares que disseminam outras notícias falsas sobre o projeto. Coronel Fernanda (PL-MT) chegou a divulgar, em postagem no Instagram, que cidadãos poderiam ser punidos por criticar políticos:

— Se esse projeto vigorar, você, cidadão, como será punido se criticar o seu prefeito, o seu vereador? — diz.

Na mesma linha, Cristiane Lopes (União-RO) afirmou que pessoas comuns seriam processadas por fazerem críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Na avaliação do líder do Movimento Evangélico Progressista e integrante do Núcleo de Evangélicas e Evangélicos do PT Minas, pastor Cesário Silva, a desinformação das redes tem chegado nas igrejas:

— Há uma desinformação muito grande deste tema entre os fiéis. O senso comum esquece que o objetivo do projeto é combater as fake news.

Como noticiou o GLOBO, a Frente Parlamentar fez uma campanha intensa contra o PL na semana em que a urgência de sua tramitação foi aprovada. Na última segunda-feira, a votação do conteúdo foi adiada e será revista no prazo de duas semanas. (O Globo)

 

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