Clubes da Premier League devem adotar proibição do patrocínio de apostas

Apostas I 19.07.22

Por: Magno José

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Proibição de patrocínios de casas de apostas acende sinal de alerta entre clubes de futebol ingleses
A proposta, que está sujeita a certas condições e a um período de transição, será discutida em uma reunião de acionistas da Premier League na próxima semana

Os clubes da Premier League devem concordar com a “proibição voluntária” de apostas em patrocínios de camisas. Segundo o The Times, os clubes discutirão a proibição em sua próxima assembleia de acionistas, embora uma votação formal não ocorra até setembro, quando o quadro político estiver mais claro. O governo adiou um whitepaper sobre a reforma do jogo até que um sucessor de Boris Johnson assuma o cargo de primeiro-ministro.

Sujeito a determinadas condições e com um período de transição, o projeto precisa de aprovação de 14 das 20 equipes da liga para ser aprovado.

Segundo a publicação, os clubes desejam que a “proibição voluntária” envolva apenas o patrocínio máster, não aportes de manga. Outro pedido é que a iniciativa seja ativada daqui a três temporadas, para que os contratos atuais não tenham que ser rescindidos de maneira unilateral e possivelmente sofrer com multas.

Espera-se ainda que o veto seja reconhecido pelo governo do Reino Unido, já que causará um impacto financeiro considerável. Os clubes devem optar por aceitar a proibição como resposta à ameaça do governo de criar uma legislação que tornaria ilegal o patrocínio de camisas por empresas de apostas.

Atualmente, nenhum clube do BIG Six da Premier League tem uma marca do segmento na camisa, embora 7 dos outros 14 clubes tenham.

Por fim, até pelo prejuízo financeiro que o veto causaria, espera-se que isso seja levado em consideração na fatia de receita que os clubes da Premier League devem destinar aos demais escalões do futebol inglês, algo recorrente visando o fortalecimento como um todo da modalidade no país.

De acordo com o The Times, a receita pode ser cortada em £ 5 milhões (US$ 6 milhões) para UK £ 10 milhões (US$ 12 milhões) por temporada.

As equipes querem que isso seja levado em consideração nas negociações sobre a quantia de dinheiro que a Premier League deve dar à Liga Inglesa de Futebol (EFL), o órgão organizador da segunda, terceira e quarta divisões do futebol inglês.

Os clubes optaram por agir em resposta à ameaça do governo trazer uma legislação que tornaria ilegal o patrocínio de camisas por empresas de apostas.

Os ministros não estão analisando ações semelhantes para as equipes da EFL devido às dificuldades financeiras que isso causaria. Em outubro de 2020, a EFL disse que as receitas das parcerias de jogos de azar eram vitais para manter os clubes à tona .

A proibição não é novidade na Inglaterra

A Liga Inglesa de Futebol (EFL), responsável pelos três níveis de futebol profissional abaixo da primeira divisão, destaca que a proibição pode gerar um impacto negativo de £ 40 milhões por ano.

Como se sabe, o tema é debatido há um tempo. Um comitê da Câmara dos Lordes já abordou a proibição em 2020. Uma revisão do Gambling Act foi lançada posteriormente pelo DCMS em dezembro de 2020, afirmando que esses aportes poderiam ser proibidos a partir de 2023.

Em abril, o Comitê de Prática de Publicidade (CAP) do Reino Unido anunciou planos para proibir anúncios de apostas utilizando a imagem de celebridades do esporte e influenciadores.

Como se sabe, hoje, Espanha e a Itália já iniciaram movimento similares de proibição de contratos de patrocínio com empresas de apostas. Na Bélgica, o mesmo está prestes a ocorrer.

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