Projeto de Lei 2234/22 (PL 442/91) será apreciado na CCJ do Senado

Destaque I 29.11.23

Por: Magno José

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Projeto de Lei 2234/22 (PL 442/91) será apreciado na CCJ do Senado
A ‘Turma do Contra’ irá dificultar a tramitação e aprovação da proposta, mas com a atual composição da CCJ a força dos contrários pode ser limitada, a não ser que consigam novos aliados no colegiado para manter os jogos na ilegalidade

No ano de 2018, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania – CCJ do Senado aprovou voto em separado do senador Randolfe Rodrigues pela rejeição do PLS 186/14 de autoria do senador Ciro Nogueira, que legalizava os jogos no Brasil. Como o projeto foi aprovada pela Comissão Especial de Desenvolvimento Nacional ou a Agenda Brasil a proposta acabou indo para o Plenário e lá ficou por quatro anos até ser arquivada no final da legislatura anterior.

Após o despacho do presidente do Senado Rodrigo Pacheco, para que o Projeto de Lei 2234/22 (PL 442/91) seja apreciado pela mesma CCJ e com a indicação do senador Irajá para relatar a proposta no Comissão, vários assinantes consultaram o BNLData sobre as chances da proposta avançar no colegiado e ir a votação no Plenário do Senado.

Cabe destacar que o cenário e a composição da comissão eram bem diferentes da formação atual. Em 2018, os parlamentares evangélicos liderados pelo senador Magno Malta, se aliaram aos de partidos de esquerda e conseguiram aprovar o voto em separado pela rejeição, exatamente do atual Líder do governo no Congresso.

Atualmente, o Senado conta com uma frente contrária a legalização do jogo composta por 24 senadores, que significa 29,6% dos parlamentares da Casa. Estão inscritos oficialmente na ‘Frente Parlamentar por um Brasil sem Jogos de Azar’ os seguintes senadores em ordem alfabética: Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), Carlos Portinho (PL-RJ), Carlos Viana (PODEMOS-MG), Cleitinho (REPUBLICANOS-MG), Damares Alves (REPUBLICANOS-DF), Eduardo Girão (NOVO-CE), Eliziane Gama (PSD), Flávio Arns (PSB-PR), Hamilton Mourão (REPUBLICANOS-RS), Izalci Lucas (PSDB-DF), Jorge Kajuru (PSB-GO), Jorge Seif (PL-SC), Laércio Oliveira (PP), Luis Carlos Heinze (PP-RS), Magno Malta (PL-ES), Mara Gabrilli (PSD-SP), Paulo Paim (PT-RS), Plínio Valério (PSDB), Rodrigo Cunha (UNIÃO-), Sergio Moro (UNIÃO-PR), Styvenson Valentim (PODEMOS), Vanderlan Cardoso (PSD) e Zequinha Marinho (PL).

A recente aprovação do PL 3626/23 na Comissão de Assuntos Econômicos comprovou que nem todos os parlamentares deste colegiado não votaram contra a legalização das apostas online.

A ‘Turma do Contra’ irá dificultar a tramitação e aprovação da proposta no Plenário do Senado, mas com a atual composição da CCJ a força dos contrários pode ser limitada, a não ser que consigam novos aliados no colegiado para manter os jogos na ilegalidade.

A CCJ do Senado é formada por 27 senadores titulares e 27 suplentes e os contrários somam 15 membros no colegiado. Entre os titulares a frente têm sete senadores: Sérgio Moro, Plínio Valério, Eliziane Gama, Flávio Bolsonaro, Carlos Portinho, Magno Malta e Eduardo Girão. Já entre os suplentes são oito parlamentares: Carlos Viana, Vanderlan Cardoso, Mara Gabrilli, Paulo Paim, Jorge Kajuru, Zequinha Marinho, Jorge Seif e Hamilton Mourão.

Já os senadores simpáticos a legalização dos jogos na CCJ são 24 no total, sendo 12 como titulares e 12 entre os suplentes. Por questões estratégicas não citaremos os nomes dos parlamentares. Sendo que este número pode aumentar caso a proposta tenha apoio ou isenção do Palácio do Planalto.

Próxima etapa

Com a escolha do relator na CCJ pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP) está aberto o prazo para apresentação de emendas.

Após apresentação do relatório na CCJ e em caso de aprovação, o projeto seguirá para apreciação do Plenário do Senado. Se houver modificações no texto aprovado pelos deputados em fevereiro de 2022, a proposição volta a Câmara para que os parlamentares aceitem ou não as mudanças propostas pelos senadores, mas em caso da proposta ser aprovada no Senado sem alterações, o Projeto de Lei 2234/22 (PL 442/91) segue para sanção presidencial.

Depois da sanção presidencial da lei que cria o Marco Regulatório dos Jogos de Apostas no Brasil, será necessária a edição do decreto regulamentador no período de até 12 meses.

Composição da CCJ – Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania

Bloco Parlamentar Democracia (UNIÃO, MDB, PODEMOS, PDT, PSDB)
Davi Alcolumbre (UNIÃO) 1. Veneziano Vital do Rêgo (MDB)
Sergio Moro (UNIÃO) 2. Efraim Filho (UNIÃO)
Marcio Bittar (UNIÃO) 3. Professora Dorinha Seabra (UNIÃO)
Eduardo Braga (MDB) 4. Giordano (MDB)
Renan Calheiros (MDB) 5. Alan Rick (UNIÃO)
Jader Barbalho (MDB) 6. Izalci Lucas (PSDB)
Oriovisto Guimarães (PODEMOS) 7. Marcelo Castro (MDB)
Marcos do Val (PODEMOS) 8. Cid Gomes (PDT)
Weverton (PDT) 9. Carlos Viana (PODEMOS)
Plínio Valério (PSDB) 10. Zequinha Marinho (PODEMOS)
Alessandro Vieira (MDB) 11. Jayme Campos (UNIÃO)
Bloco Parlamentar da Resistência Democrática (REDE, PT, PSB, PSD)
Omar Aziz (PSD) 1. Zenaide Maia (PSD)
Angelo Coronel (PSD) 2. Irajá (PSD)
Otto Alencar (PSD) 3. Vanderlan Cardoso (PSD)
Eliziane Gama (PSD) 4. Mara Gabrilli (PSD)
Lucas Barreto (PSD) 5. Daniella Ribeiro (PSD)
Fabiano Contarato (PT) 6. Paulo Paim (PT)
Rogério Carvalho (PT) 7. Humberto Costa (PT)
Augusta Brito (PT) 8. Teresa Leitão (PT)
Ana Paula Lobato (PSB) 9. Jorge Kajuru (PSB)
Bloco Parlamentar Vanguarda (PL, NOVO)
Flávio Bolsonaro (PL) 1. Rogerio Marinho (PL)
Carlos Portinho (PL) 2. Eduardo Girão (NOVO)
Magno Malta (PL) 3. Jorge Seif (PL)
Marcos Rogério (PL) 4. Eduardo Gomes (PL)
Bloco Parlamentar Aliança (PP, REPUBLICANOS)
Ciro Nogueira (PP) 1. Tereza Cristina (PP)
Esperidião Amin (PP) 2. Dr. Hiran (PP)
Mecias de Jesus (REPUBLICANOS) 3. Hamilton Mourão (REPUBLICANOS)
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