Sobre as reportagens da Rede Record…
Duas reportagens sobre bingos e caça-níqueis ilegais exibidas pela Rede Record nos últimos dias merecem nosso comentário e reflexão.
A primeira com sete minutos, exibida pelo Jornal da Record, aborda os detalhes da investigação do Ministério Público que levou à condenação de 22 criminosos, em setembro, que agiam associados a um grupo de policiais civis e militares em Guarulhos na Grande São Paulo.
A outra reportagem que foi veiculada no programa Balanço Geral, ancorado pelo apresentador Wagner Montes informa que ‘Ricos e famosos perdem dinheiro em jogatina milionária, no Rio’, além do aumento das apreensões de máquinas de caça-níqueis e fechamento de bingos ilegais na cidade.
Comentário
Desde a proibição dos bingos, que a Coluna previu o aumento das operações de jogos ilegais, principalmente as máquinas de caça-níqueis. A mídia está amplificando uma nova realidade, já que antes os agentes públicos se contentavam com as propinas originárias dos jogos clandestinos e agora também estão operando o negócio na ilegalidade.
No último dia 3 de outubro, o Decreto-Lei nº 3.688 (3.10.1941), a ‘Lei das Contravenções Penais’ completou 69 anos de vigência. Esta legislação foi criada para combater o Jogo do Bicho, mas esta atividade nunca esteve tão viva e com legitimidade social.
O especialista em segurança pública Ignácio Cano, integrante do Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) comentou em entrevista ao jornal Correio Braziliense (09.04.10), que “tem que descriminalizar, regulamentar e fiscalizar. A violência que se provoca criminalizando o jogo de azar é muito grande”.
É importante que os atores políticos, mídia e opinião pública tenham clareza que o substitutivo ao projeto de lei que legaliza os bingos e videobingos, que tramita na Câmara dos Deputados, prevê a criminalização das operações ilegais, hoje consideradas apenas contravenções penais pela legislação vigente.
Não me canso, mas vou continuar repetindo: quem quiser jogar e apostar, e não puder fazê-lo de acordo com a lei, irá buscá-lo no mercado negro, pois haverá sempre um empreendedor, como foi Al Capone, para dar à sociedade o que a sociedade quiser…
Máfia dos caça-níqueis funcionava como empresa com apoio de policiais
A reportagem do Jornal da Record teve acesso a detalhes da investigação do Ministério Público que levou à condenação, em setembro, de 22 integrantes da máfia dos caça-níqueis. Segundo o órgão, os criminosos agiam associados a um grupo de policiais civis e militares, que lhes davam proteção em Guarulhos (Grande São Paulo).
A investigação mostrou que a quadrilha mantinha uma estrutura empresarial. O chefe do grupo criminoso conhecido como Roberto Abóbora, tinha uma equipe de apoio espalhada pela cidade de Guarulhos. Entre os sócios do esquema, estavam policiais civis e militares.
O principal aliado na polícia era o investigador Carlos Roberto Ribeiro, conhecido como Foguinho. Graças à cobertura dada por integrantes da corporação, a máfia dos caça-níqueis chegou a ter mais de 700 equipamentos em funcionamento em bares, lanchonetes e padarias.
Durante quase um ano, os promotores públicos e seus agentes monitoraram, com autorização judicial, as atividades dos chefes dos jogos ilegais e suas ligações com policiais. O trabalho da promotoria resultou em um processo com 44 volumes e quase 8.000 páginas de depoimentos, reprodução de escutas telefônicas, cópias de documentos bancários, além de fotografias e petições judiciais. (Do R7, com Rede Record) Clique aqui e assista ao vídeo da reportagem do Jornal da Record.
Ricos e famosos perdem dinheiro em jogatina milionária, no Rio
A mais alta classe carioca e celebridades frequentam bingos e chegam a perder valores exorbitantes com o jogo. Nos últimos dois meses, a polícia interditou quatro cassinos instalados em áreas nobres do Rio de Janeiro.
Clique aqui e assista ao vídeo da reportagem no Programa Balanço Geral da Rede Record, ancorado pelo apresentador Wagner Montes.