As apostas no Brasil após a consolidação do mercado

Apostas I 21.08.24

Por: Magno José

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As apostas no Brasil após a consolidação do mercado
Aumentam as preocupações dos operadores na retenção e na reativação da base

O Brasil está andando a passos largos rumo à regulamentação das apostas e o assunto da vez é a consolidação do mercado. Gigantes mundiais da indústria já sinalizam que irão fazer grandes investimentos no Brasil após a regulamentação.

Neste contexto, a expectativa é que grandes operadoras façam aquisições dos “local heroes” e que operadores que optarem por não serem adquiridos partam para junções com outros players de grande e médio porte para formarem conglomerados com poder de fogo para disputar o mercado com os gigantes.

De forma resumida, é esperado que das milhares de casas de apostas que hoje operam no Brasil, restem menos de uma centena que realmente dominem o market share. Em outros países, a consolidação desenhou o mercado de tal forma que os cinco maiores operadores tomam em conjunto mais de 80% do mercado, muitas vezes deixando menos de 20% para todos os outros players.

Com esse cenário anunciado, algumas novas preocupações vêm tomando corpo nos atuais players brasileiros.

Estima-se que o número atual de apostadores no Brasil já tenha ultrapassado os 40 milhões. Há pouco mais de um ano, esse número era a estimativa do tamanho total de apostadores que deveria haver no Brasil. Isso significa que o custo para adquirir novos usuários deve encarecer ainda mais.

Nesse contexto, os operadores passam a dar mais importância aos esforços de retenção de jogadores e a reativação da base. E a questão principal é o que fazer além do trivial que não apresenta grande eficiência.

O uso de CRM e a oferta de benefícios como free spins, bônus para novas apostas são um “must have”, porém a eficiência destas ações isoladamente não gera os impactos necessários. Afinal, os concorrentes também estão fazendo a mesma coisa.

Juliano Fontes, CEO do Appost — um dos apps de scores, tips e conteúdo com melhor ranqueamento no Google Play — analisa que assim como em outros mercados mais maduros, a chave para a retenção do jogador e a reativação da base está no engajamento.

“Nós aqui no Appost estamos sempre criando features para descomoditizar o mercado de apostas. Não adianta só oferecer mais do mesmo. Tanto sportsbook quanto cassino, os jogos são sempre os mesmos em todas as casas. Os bônus são parecidos, saque rápido, suporte, as ações de marketing, os dados, as estatísticas… todas as casas são muito parecidas para o jogador… nada disso é diferencial mais. O mercado de apostas é extremamente comoditizado. A questão é o que você pode fazer com os dados, com as informações. Como educar e apresentar sua casa e este mundo das apostas para os jogadores. Como você vai acompanhá-los no dia a dia… no momento em que eles querem se divertir. Em outras palavras, qual é a experiência que você vai oferecer? É isso que faz o usuário ficar.”

Para Fontes, a batalha pelo próximo usuário está chegando ao fim. A batalha agora é pela próxima aposta do usuário. “Serviços exclusivos focados em engajamento como apps que ofereçam mais do que scores são os movimentos mais estratégicos neste momento para os operadores. Ainda mais nesta janela de tempo enquanto alguns dos gigantes mundiais ainda não estão no ringue. Com poucas ações na direção certa, os resultados tendem a ser muito expressivos. Muitas operações têm milhões de usuários inativos na base e o tempo de permanência de um novo usuário está cada vez mais curto. Uma experiência melhor gera grandes impactos porque é mais difícil de copiar (…) ainda mais com o mercado cheio de operadores que não detêm a própria tecnologia das apostas. Como eles vão se diferenciar?”

Muitos são os pontos necessários para um player estar entre os grandes após a consolidação do mercado. Market share, custo de aquisição, retenção, turnover, eficiência financeira, LTV, tecnologia e posicionamento são uns dos mais citados pelos experts do mercado.

 

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