CPI das Bets vai reconvocar advogada que invocou sigilo profissional
A CPI das Bets tentou ouvir nesta terça-feira Adélia de Jesus Soares, proprietária da Payflow Processadora de Pagamentos Ltda, sobre seu indiciamento pela Polícia Civil do Distrito Federal pelos crimes de falsidade ideológica e associação criminosa. No entanto, ela se negou a responder às perguntas alegando violação do sigilo profissional e da investigação. Segundo Adélia, seu trabalho se limitava a firmar contratos de publicidade com influenciadores e diversas empresas. O senador Izalci Lucas, do PL do Distrito Federal, afirmou que a advogada perdeu a oportunidade de comprovar a inocência.
“O que a senhora poderia dizer para os senadores para dizer que não tem nada com isso? Porque na prática tudo que a gente tem leva a ter certeza da conivência e da participação da Payflow. Para mim, quem cala consente, né? A CPI dá oportunidade para as pessoas que são inocentes a prestarem as suas informações. Infelizmente, a gente, não teve essa colaboração porque evidentemente que está comprometida lá, né?”, questionou Izalci Lucas.
Como parte das indagações era sobre transações financeiras, que são confidenciais, após a sessão aberta, os senadores fizeram uma reunião sigilosa com a convocada, que participou excepcionalmente de forma remota. Porém, de acordo com o presidente da CPI, senador Dr Hiran, do PP de Roraima, Adélia também não respondeu aos questionamentos de forma satisfatória e, por isso, ficou decidido que retornará, presencialmente, à comissão em duas semanas.
“A oitiva, ela não nos satisfez porque a convocada deixou de responder várias questões sobre alegação que estava protegida por sigilo profissional pelo fato de ser advogada. Ela está sendo investigada através do inquérito policial aqui na polícia do DF. E muitas questões da sua relação com influências com algumas empresas, com empresários chineses, não foram esclarecidas”, comentou o presidente da CPI, Dr. Hiran.
A CPI das Bets também aprovou nesta terça-feira um convite para que o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, fale sobre a capacidade de rastrear e analisar os fluxos financeiros relacionados às plataformas de apostas. A data da reunião ainda será definida.
