De olho nos jogos de azar, orçamento do governo federal reserva R$ 104 mi para novo aeroporto em São Paulo
O Orçamento do governo federal para este ano tem R$ 104 milhões reservados para começo das obras de um aeroporto em Olímpia, cidade a 436 km de São Paulo, que se tornou nos últimos anos ponto turístico no interior do Estado. A ideia é ambiciosa e políticos da região falam em “aeroporto internacional”. Um dos motivos para articulação entre políticos paulistas em torno de Olímpia é a tramitação do projeto no Congresso Nacional que regulamenta jogos de azar no Brasil. A cidade, que conta com parques aquáticos e hotéis, foi alvo de análise para futura instalação até de um cassino. O município ainda busca ao menos R$ 200 milhões para a obra.
A reserva de R$ 104 milhões para as obras ocorreu diante da articulação de políticos locais junto ao relator do Orçamento, deputado federal Luiz Carlos Motta (PL), que é de Ribeirão Preto, mas atua politicamente em São José do Rio Preto. Entre as duas grandes cidades está Olímpia que, hoje, conta com 55.075 moradores, de acordo com os últimos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Caso consiga tirar do papel um aeroporto internacional, Olímpia dará um “balão” em Ribeirão Preto, que pleiteia há mais de uma década a internacionalização do Aeroporto Leite Lopes. A promessa é de que o local recebe voos internacionais a partir de 2025. Em São José do Rio Preto há o Aeroporto Professor Eribelto Manoel Reino.
Aeroporto vira disputa política em ano eleitoral
Políticos de Olímpia brigam pela “paternidade” da construção do aeroporto. Ex-deputado federal, Geninho Zuliani (União), que deve disputar a prefeitura de Olímpia neste ano, fez questão de deixar público os encontros com Luiz Carlos Motta, Baleia Rossi (MDB) e o ministro do Turismo, Celso Sabino. “Além de facilitar a vinda de turistas do Brasil e até de outros países, o aeroporto vai potencializar a economia como um todo, não só gerando empregos, mas ajudando até mesmo na balança comercial, por meio da exportação de produtos pelas indústrias da região”, disse Zuliani, que já foi prefeito na cidade entre 2009 e 2016. “Olímpia ganhou o apelido de Orlando brasileira não foi por acaso. E eu também vou trabalhar para a aprovação dos cassinos no País”, complementou.
O atual prefeito é Fernando Cunha (PSD), rival de Zuliani, que também foi em busca de apoio para conseguir verba para o município em torno do projeto do aeroporto. Em julho do ano passado, por exemplo, encontrou-se para debater o assunto com Alexandre Padilha (PT), ministro das Relações Institucionais. “Nossa gratidão a todos que contribuíram com este feito que, mais do que colocar Olímpia como um destino nacional e latino-americano, disponibilizará a todo Norte paulista um fator logístico estruturante para o desenvolvimento da região”, disse Cunha ao saber da aprovação de R$ 104 milhões para o aeroporto no Orçamento.
Cunha completa neste ano seu segundo mandato na Prefeitura de Olímpia. Para sucessão, ele apoia o provedor da Santa Casa local, Luiz Alberto Zaccarelli, que já foi vereador na cidade.
Ex-secretário da gestão Cunha, o vereador Sargento Tarcísio também quer seus méritos em torno da verba para o aeroporto reconhecidos. Com bom trânsito junto ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio articulou e foi em busca da outorga para o aeroporto. Agora, ele tentará colher os frutos da atuação e aparece como terceira via na disputa pela Prefeitura de Olímpia. “Enquanto outros tentaram sem sucesso, com incrível determinação, conquistei a outorga do Aeroporto e agora com muita garra e afinco asseguramos este investimento de 100 milhões que transformará a história de Olímpia. Juntos, construiremos um futuro ainda mais promissor para nossa cidade e região”, disse em suas redes sociais.