Entrevista: Leila Pereira indica substituição da Crefisa por bet em patrocínio ao Palmeiras
‘Eu não fujo de perguntas. Respondo tudo”. Foi assim que Leila Pereira, na reta final de seu primeiro mandato como presidente do Palmeiras, começou a entrevista de uma hora com O GLOBO, na Academia de Futebol, centro de treinamento do clube na Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo. Nela, a empresária de 59 anos analisou sua trajetória no alviverde, falou sobre os planos em caso de reeleição — a votação será no dia 24 de novembro —, defendeu a criação de um fair play “light” para o futebol brasileiro e comentou rumores envolvendo Gabigol, Vasco, CBF e mais.
Leila Pereira, revelou que a saída da Crefisa e a FAM do patrocínio do Palmeiras deve-se ao fato que as bets inflacionaram o mercado.
A senhora passou seis anos como principal patrocinadora do clube, com muita força nos bastidores, e agora completou três como presidente. Quais são as maiores diferenças?
Quando era patrocinadora, nunca interferi no futebol. Participava, sim, de reuniões do Conselho, porque era conselheira. Mas nunca vinha à Academia de Futebol. Quando me torno presidente, a última palavra é minha, 100% do que acontece aqui é minha responsabilidade. Aliás, você não vai perguntar sobre conflito de interesses? Todo mundo me fala desse bendito conflito de interesses (risos). Não sei onde existe conflito, quando só se põe dinheiro. Nunca fiz negócio com o Palmeiras. Pelo contrário, até benefício o clube. A Crefisa e a FAM são patrocinadoras de todo o futebol. Para que houvesse mais investimento no feminino, autorizei a entrada de outra marca, sem reduzir o que eu pagava. Se é outro patrocinador, eu jamais conseguiria isso. Mas, em dezembro, o ciclo das minhas empresas como patrocinadora se encerra.
Essa saída tem a ver com a inflacionada no mercado após a entrada das bets?
Não tenho dúvida. Quando comecei a patrocinar o Palmeiras, em 2015, éramos o maior patrocínio da América do Sul. Mas as bets mudaram o panorama dos valores, que são muito altos hoje. Não podemos fugir disso. Estamos em busca de empresas com credibilidade e poder financeiro para honrar seus compromissos. Porque não quero assinar um contrato hoje e, daqui a quatro meses, a empresa ir embora porque não pode pagar.
Podemos esperar uma bet como patrocinadora máster?
É provável que sim.
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Confira a íntegra da entrevista no O Globo.