Legalizar jogos: Governador cobra um Fundo para a Segurança
Apostas fora do País causam prejuízos à Receita e geram transferência de recursos para fora

O governador do Estado do Piauí, Wellington Dias, em Fortaleza, quinta-feira passada, defendeu, em nome dos governadores do Nordeste, a criação de Fundo especial para garantir Segurança aos brasileiros. Ele fez referências aos recursos constitucionais específicos para a Educação e a Saúde, com obrigações definidas para os três entes federativos responsáveis pela prestação dos serviços públicos imprescindíveis aos brasileiros, no caso a União, os estados e o Distrito Federal, e os municípios. E apontou a legalização dos jogos no Brasil, como a fonte principal dos recursos para a formação e manutenção do Fundo.
Camilo Santana, anfitrião do encontro onde se deu a fala do governador piauiense, com a presença do ministro da Segurança, Raul Jungmann, corroborando com as palavras de Wellington, reclamou a instituição de um Sistema Único de Segurança, sem o qual os estados não terão força de enfrentar a onda de violência no País.
Ele não fez referência à legalização dos jogos para gerar recursos necessários ao fortalecimento e qualificação das forças públicas responsáveis pela segurança da sociedade. Os orçamentos estaduais exauridos, por razões várias, inclusive o desperdício, não são capazes de investir no combate ao crime, no montante suficiente a garantir presteza e qualidade nos serviços.
Há no Brasil uma certa repulsa aos jogos, sobretudo os de azar, embora sejamos uma população chegada a fazer apostas. O governador do Piauí citou essa qualidade do nosso povo para dizer dos muitos desses jogos registrados por pessoas ou empresas no exterior, sendo beneficiárias dos percentuais de guardas das apostas, em prejuízo da Receita Federal, hoje, apesar da excessiva carga tributária, ainda com um considerável débito no custeio de obras e serviços públicos reclamados, principalmente, pelos mais carentes das ações governamentais.
Se a ideia dos governadores vai ou não ser vencedora, o fato é que, sem recursos as ações serão sempre infrutíferas. E não é pouco dinheiro. As facções do crime organizado são responsáveis pela movimentação de consideráveis somas de reais. E também por isso, nos dias atuais, a falta de Segurança apavora a todos, indistintamente, mas ela continua sendo prioridade apenas nos discursos dos governantes. Todos os políticos, e a generalização aqui não é burrice, exploram o tema Segurança pública, ou a falta dela, de acordo com as suas conveniências. (Diário do Nordeste)