Máquinas caça-níqueis são ‘praga’ para a polícia
O criminalista Antonio Gonçalves defende qur "a cultura do brasileiro está associada aos jogos de azar, como as loterias do governo, por exemplo. A criminalização seria reprovada pela sociedade. Seria mais fácil descriminalizar."
A proibição das máquinas de caça-níqueis, por se enquadrar nos tipos de jogos de azar – que não dependem da habilidade do jogador – traz impasse para a polícia, que tem obrigação de coibir a ação, mas não tem amparo estrutural e pouca eficácia legal.
Dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo mostram que, no ano passado, foram apreendidas 26.718 máquinas na região metropolitana da capital – média de 73,2 por dia. No primeiro semestre de 2010, já foram 9.890 unidades.
Em São Bernardo
Clique aqui e leia a íntegra da reportagem no site do Diário do Grande ABC.
A reportagem do jornal Diário do Grande ABC traduz muito bem o que defendemos há nove anos: a necessidade de legalizar e regulamentar todos os jogos de azar no país.
O delegado Rafael Rabinovic classifica as máquinas como "pragas" e que a "polícia tem que ficar enxugando gelo", uma vez que, por se tratar de contravenção penal, os flagrados infringindo a lei raramente são presos. O criminalista Antonio Gonçalves concorda com o delegado, mas, segundo ele, "a cultura do brasileiro está associada aos jogos de azar, como as loterias do governo, por exemplo." Para Gonçalves, "a criminalização seria reprovada pela sociedade. Seria mais fácil descriminalizar."
Exemplo do Jogo do Bicho
O mesmo fenômeno observado com o Jogo do Bicho está acontecendo com as máquinas de caça-níqueis e com os bingos ilegais: o centenário jogo do bicho, criado com o objetivo de obter recursos financeiros para o Jardim Zoológico do Rio de Janeiro, ganhou aprovação popular, dando-lhe legitimidade social, em operação até os dias de hoje.