Mega-Sena pode render milhões de reais a mais ao esporte com novo calendário de sorteios; veja valor

Blog do Editor I 13.09.23

Por: Elaine Silva

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Apostador que faturou R$ 76 milhões na Mega-Sena ainda não resgatou prêmio
No fim de agosto, a Caixa oficializou a mudança nos sorteios da Mega-Sena de dois para três sorteios por semana

No fim de agosto, a Caixa Econômica Federal oficializou que a Mega-Sena teria uma mudança. O jogo na loteria mais conhecido do Brasil passaria a ter de dois para três sorteios por semana e, com isso, passaria a movimentar ainda mais dinheiro. Um dos agraciados de maneira indireta com o aumento do calendário das apostas foi o esporte brasileiro. Com a base na Lei das Loterias, parte do valor arrecadado em todos os jogos feitos é investido no desporto do País.

No caso da Mega-Sena, 7,02% do que é pago de cada aposta retorna para o esporte de uma maneira geral. Dentro desta porcentagem, são agraciados de maneira direta o Ministério do Esporte, Comitê Olímpico do Brasil (COB), Secretarias de esportes e órgãos equivalentes, Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), Confederação Brasileira do Desporto Universitário e Fenaclubes, com cada um recebendo uma parte definida previamente por acordos e leis.

Em 2022, de acordo com dados oficiais da Caixa, a Mega-Sena arrecadou R$ 10,9 bilhões em 109 sorteios realizados durante o ano, com dois sorteios semanais. Com a alteração para três sorteios se iniciando no dia 22 de agosto, é esperado um aumento de 16 sorteios até o fim de 2023, chegando em 125.
Além disso, em abril deste ano, a aposta subiu de preço, saindo de R$ 4,50 para R$ 5,00. Com isso, a arrecadação do jogo mais famoso da loteria federal aumentará. Tendo como base os números do ano passado e o aumento já confirmado para 2023, é previsto que a arrecadação da Mega-Sena suba para mais de R$ 13,5 bilhões.

Desta forma, o repasse para o esporte ganharia um incremento de ao menos R$ 160 milhões. Questionada sobre como vê essa possibilidade de aumento no repasse para o esporte, a Caixa optou por não garantir o cálculo por questões variáveis, não comentadas com a reportagem do Estadão, e explicou as razões que fizeram com que a alteração na quantidade de sorteios acontecesse neste ano.

“A implementação do terceiro sorteio da Mega-Sena teve início em 22 de agosto, completando, neste sábado, dia 8, três semanas do novo formato. A mudança objetiva aumentar a velocidade de crescimento do prêmio, gerando maior atratividade aos apostadores. A Caixa, responsável pela administração e operacionalização das Loterias Federais, monitora frequentemente o desempenho dos produtos de loterias de modo a identificar melhorias e avaliar novas estratégias para o negócio. Nesse sentido, a instituição segue acompanhando a performance da Mega-Sena com o acréscimo do terceiro sorteio para avaliar os ganhos da mudança”, informou a Caixa em nota oficial.

Mais investimento, mais retorno
A cada ano e ciclo olímpico que se passa, o Comitê Olímpico do Brasil (COB), que é destino da segunda maior porcentagem de repasse da Mega-Sena, tenta melhorar as condições de preparação dos atletas do País para as competições. Para os Jogos de Paris, em 2024, a entidade já garantiu a maior premiação da história para seus medalhistas, chegando a pagar R$ 350 mil para os futuros campeões olímpicos. Questionado pela reportagem sobre este provável aumento, o COB preferiu não trabalhar com algo que não é garantido ainda.

“Se de fato houver algum aumento no repasse de recursos, a destinação dada ao esporte brasileiro ajudará a melhorar a performance dos nossos atletas”, informou o COB através de nota oficial de sua equipe de comunicação. “A Mega-Sena possui um papel preponderante no volume dos recursos decorrentes das loterias federais destinados ao fomento e ao desenvolvimento do esporte no Brasil. O aumento do número de concursos pode refletir num possível incremento de arrecadação e, considerando o bom trabalho desenvolvido pela Caixa Econômica ao longo dos anos, esperamos que isto possa acontecer, até mesmo diante do novo cenário envolvendo a regulamentação das apostas online de eventos esportivos, que pode impactar todo o sistema”, afirma Paulo Maciel, presidente do Comitê Brasileiro de Clubes, que aproveita os recursos das loterias para investir na formação dos atletas.

“Essas modificações representam um cenário altamente promissor para as instituições esportivas. Este arcabouço legal fortalece a democratização do desporto no Brasil. Com o aumento dos recursos provenientes das Loterias, são criadas condições ainda mais propícias para a formação de novos talentos, ampliando, assim, a democratização do esporte e fortificando as instituições esportivas. Além disso, contribui significativamente para impulsionar a inclusão social”, destaca Vanessa Pires, CEO e fundadora da “Brada!”, startup especializada em buscar investimentos de incentivo em impacto positivo.

Conheça a divisão dos 7,02% da Mega-Sena para o esporte
Ministério do Esporte – 2,46%
Comitê Olímpico do Brasil – 1,73%
Secretarias de esportes e órgãos equivalente – 1%
Comitê Paralímpico Brasileiro – 0,96%
Comitê Brasileiro de Clubes – 0,5%
Confederação Brasileira do Desporto Escolar – 0,22%
Confederação Brasileira do Desporto Universitário – 0,11%
Fenaclubes- 0,04 (Estadão Esportes – Paulo Chacon)

 

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