MPRJ cria grupo para atuar no combate ao racismo, à manipulação de resultados e à violência no futebol

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) contará com uma força especializada para o combate ao racismo nos estádios, à manipulação de resultados no futebol e à violência em eventos esportivos. Entre as finalidades do Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor (GAEDEST/MPRJ), criado pelo procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira, estão a proteção do torcedor e o acompanhamento de políticas públicas sobre o tema. Na próxima segunda-feira, haverá uma reunião com o grupo, composto inicialmente por três promotores, revela o Globo Online.
As atribuições do GAEDEST/MPRJ vão abranger tanto a esfera criminal quanto a cível. O grupo poderá apoiar os promotores em casos complexos que demandam atuação coletiva, como a manipulação de resultados e a lavagem de dinheiro envolvendo operadores de apostas, ligas, atletas e dirigentes, e em ocorrências graves com prioridade, como crimes de racismo nos estádios.
Os casos recentes de violência e vandalismo dentro e fora dos estádios também estão no radar do grupo, que avaliará medidas para evitar a repetição desses episódios. Os exemplos mais recentes são as confusões envolvendo torcedores estrangeiros que vêm ao Rio para jogos de competições internacionais e as brigas e tumultos generalizados antes da partida entre Flamengo e Fluminense, no primeiro jogo da final do Carioca, no Maracanã. Para tratar das questões relacionadas às torcidas organizadas, haverá reunião na próxima semana com o Batalhão Especializado de Policiamento em Estádios (BEPE).
O grupo também fará ajustes no programa de Avaliação de Riscos em Estádios de Futebol, iniciativa do MPRJ em parceria com os responsáveis pela organização e segurança das partidas no estádio. O método os auxilia a estabelecer medidas preventivas, conforme a classificação de risco de cada jogo, em uma escala de quatro níveis de bandeiras: verde, amarelo, laranja e vermelho — do menor ao maior grau de risco.
Em partidas de risco muito alto (bandeira vermelha), por exemplo, são adotadas medidas excepcionais, como o fechamento de determinadas vias, reforço no policiamento com a presença do Batalhão de Polícia de Choque, entre outras ações preventivas.