Nota dez em política, mas zero em comunicação…
O blog tem esta percepção, que estamos avançando muito bem na área política, mas estamos tendo uma atuação medíocre na área da comunicação.
Este sentimento ficou muito claro na repercussão deste fim de semana na imprensa, depois que os deputados Paulo Pereira da Silva e Sandro Mabel apresentaram a receita do bingo como alternativa para o financiamento dos projetos do governo, principalmente na área da saúde.
Foram várias reportagens, editorial da Folha SP, artigos e notas (confiram abaixo) contra a proposta e apenas uma notinha, extraída de uma reportagem do O Globo, em que o ministro do Trabalho Carlos Lupi, declara-se favorável a legalização.
ABRABIN e ABLE, que estão a frente do processo têm que corrigir esta distorção e repercutir melhor as ações políticas, além de mostrar que o setor de jogos não é este monstro, que a mídia tenta satanizar diariamente.
Ações afirmativas
Acredito que alguns temas devem ser discutidos com os editores da grande mídia (mesmo que não publiquem) para mostrar o equivoco com que jornalistas abordam alguns temas relacionados à atividade, como:
– Parece que o jogo no Brasil só vai existir a partir da aprovação do projeto que legaliza os bingos e videobingos. Alguém precisa dizer que o jogo já existe, totalmente foram de controle e não recolhe tributos para o Estado. Vamos apresentar as estimativas de vendas de apostas dos jogos ilegais. Mídia precisa de números.
– Temos que reiterar que o Projeto dos Bingos criminaliza o jogo ilegal e que facilitará o trabalho dos órgãos coatores.
– As máfias da jogatina existem porque o Estado não controla e não fiscaliza estas atividades. Máfias não querem legalizar suas operações ilegais. Somos empresários que estamos buscando legitimidade para um setor junto ao Congresso Nacional.
– Bingos clandestinos, máquinas de caça-níqueis ilegais, jogo do bicho, entre outras operações ilegais são utilizadas atualmente por jogadores patológicos. Quantos são? Como vivem? Podem ser tratados? Existe hoje uma política para conter o avanço da patologia? Como tratar se não sabemos nada sobre a patologia. A ilegalidade não permite acesso a estas informações. Precisamos apresentar as experiências bem sucedidas dos países que implantaram os ‘Cadastros de Ludopatas’.
– Precisamos mostrar que lavagem de dinheiro em bingos custa caro, além de ser perigoso. Temos que derrubar este mito. Outro tema é a questão da sonegação, pois com os controles tecnológicos disponíveis é praticamente impossível.
– Temos obrigação de mostrar que os fabricantes brasileiros de máquinas de videobingos são bem sucedidos e respeitados nos exterior por seus equipamentos e sistemas de controles. O laboratório deles foi a operação do Brasil.
Ou seja, poderia escrever várias boas pautas para mostrar a sociedade através da grande mídia, que se o Estado estivesse controlando estas atividades, certamente bingos e caça-níqueis não seriam caso de polícia, mas sim significativa fonte de receita para investimentos sociais bem como importante instrumento de geração de empregos, como registrado nos países mais ricos do mundo (Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Grã-Bretanha, Itália e Canadá), onde o jogo é totalmente liberado e regulamentado pelo Estado.
As entidades têm que responder as manifestações negativas com argumentos factíveis (nem que seja através da editoria de cartas dos jornais), temos que ter uma política de comunicação para as redes sociais (Twitter, Facebook, Orkut, entre outros), para tentar contrapor ao preconceito da grande mídia. Peço vênia, mas pequenas ações neste sentindo têm sido executadas pelos leitores do BNL e do blog do editor no BNLData.
O setor chegou longe demais para cometer erros neste momento ou se omitir. Temos que usar todas as armas disponíveis, pois o feio é perder a guerra…