Nova teoria da tomada de decisão procura explicar por que os humanos não fazem escolhas ótimas

Blog do Editor I 15.07.22

Por: Magno José

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A pesquisadora Mina Mahmoudi desenvolveu uma nova teoria de razão-diferença para identificar com mais precisão a maneira pela qual um tomador de decisão pode distinguir operacionalmente se uma alternativa é melhor que outra (Foto: Facebook)

Se você tivesse a oportunidade de economizar R$ 5 na compra de um produto que custa R$ 25 ou R$ 5 na compra de um que custa R$ 500, em qual caso se esforçaria mais? Estudos mostram que, em geral, as pessoas se esforçam mais para economizar dinheiro no produto de custo mais baixo do que no item mais caro. Acreditamos que este é o melhor negócio, porque a relação entre custo e economia é maior. Mas, segundo Mina Mahmoudi, professora do Departamento de Economia do Rensselaer Polytechnic Institute, essa não é necessariamente a melhor opção. A pesquisadora destaca que os R$ 5 economizados são os mesmos para ambos os itens e a escolha perfeita, ou ideal, seria olhar para as economias absolutas e trabalhar igualmente duro para economizar cada R$ 5.

Mas, se pensar em termos de diferenças absolutas entre as duas opções é a melhor saída, porque nós, seres humanos, não costumamos fazer essa escolha? A pergunta é o ponto de partida na nova teoria de tomada de decisão econômica desenvolvida por Mina Mahmoudi.

Em pesquisa publicada na “Review of Behavioral Economics”, a Dra. Mahmoudi desenvolveu uma teoria de razão-diferença para identificar com mais precisão a maneira pela qual um tomador de decisão pode distinguir operacionalmente se uma alternativa é melhor que outra. A partir deste modelo, identificou que muito frequentemente as pessoas se confundem, usando pensamentos baseados em proporções em suas tomadas de decisão quando deveriam levar em consideração apenas as diferenças absolutas. O inverso também é possível, segundo ela.

“Como os dois tipos de pensamento são necessários, é razoável pensar que as pessoas desenvolvem e aplicam os dois tipos. No entanto, também é razoável esperar que as pessoas apliquem mal os dois tipos de pensamento, especialmente quando menos experientes com o contexto.”, comenta Mahmoudi.

Segundo ela, este modelo pode ser aplicado a uma variedade de experimentos econômicos comportamentais na indústria de jogos de azar e mercados financeiros, entre outros. “Compreender como as características cognitivas e motivacionais dos seres humanos e os procedimentos operacionais das organizações influenciam o funcionamento dos sistemas econômicos é de importância crítica”, completa.

O artigo, “Uma teoria da escolha da razão-diferença”, foi co-autoria de Mark Pingle, da Universidade de Nevada-Reno, e Rattaphon Wuthisatian, da Southern Oregon University. (Revista Galileu)

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