Os bastidores da prisão do manipulador de resultados William Rogatto
O manipulador de resultados William Rogatto, preso nessa sexta-feira (8/11) em Dubai, estava sendo monitorado havia cerca de 20 dias. Logo após ele prestar depoimento à CPI da Manipulação de Resultados e Apostas Esportivas, o seu paradeiro foi descoberto, em Portugal, mas ele fugiu.
Rogatto, que se autointitulou o “Rei dos Rebaixamentos”, era procurado pela polícia brasileira desde março, quando foi alvo de uma operação. Ele foi apontado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) como sendo um dos responsáveis por um esquema de manipulação no Candangão de 2024.
O manipulador prestou depoimento por videoconferência à CPI em 8 de outubro. Na ocasião, ele disse que estava em Portugal, mas não revelou exatamente onde. Rogatto afirmou que já rebaixou 42 clubes em um esquema de manipulação, que já movimentou R$ 300 milhões e que atuou em todos os estados do Brasil.
Rogatto prometeu entregar provas do que estava falando, mas quem toca a investigação de verdade acredita que ele mentiu durante boa parte da oitiva.
Dias após o depoimento, uma pessoa que trabalhava com Rogatto e o visitou recentemente procurou os gabinetes dos senadores Jorge Kajuru e Romário, presidente e relator da CPI, respectivamente, para indicar o endereço do manipulador em Portugal, já que ele estava com mandado de prisão em aberto. No dia 17 de outubro, a assessoria legislativa do Senado informou o paradeiro ao MPDFT.
A partir daí, William passou a ser monitorado e há suspeitas de que ele soube da informação, já que fugiu. A PF reforçou a emissão do alerta vermelho à Interpol nos últimos dias e ele acabou sendo detido. (Coluna Guilherme Amado do Metrópoles)