Pesquisa da The Lancet estima que 80 milhões de pessoas são viciadas em apostas no mundo

Jogo Responsável I 26.10.24

Por: Magno José

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Pesquisa da The Lancet estima que 80 milhões de pessoas são viciadas em apostas no mundo
Resultados das pesquisas na página da The Lancet (Foto: Reprodução)

O crescimento das empresas de apostas está gerando um debate sobre saúde pública em todo mundo: até que ponto esse entretenimento é saudável?

Estudo publicado na quinta-feira (24) pela revista científica The Lancet (confira a íntegra da pesquisa) aponta que cerca de 80 milhões de pessoas são viciadas em apostas no mundo, repercute reportagem da Época Negócios.

A pesquisa estima que 9% dos adultos e 16% dos adolescentes que apostam em jogos de esportes online têm dependência. Os índices são ainda maiores quando as apostas são feitas em cassinos e caça-níqueis online: 16% e 26%, respectivamente.

O relatório foi realizado por uma comissão de saúde pública sobre jogos de azar e acaba de ser publicada na revista médica. Os 22 membros do conselho são pesquisadores de 12 países que estudam os efeitos do crescimento dos jogos em meio ao avanço da tecnologia no mundo.

No Brasil, o vício se reflete em inadimplência. Mais de 1,3 milhão de brasileiros ficou com o nome sujo no primeiro semestre de 2024 devido a apostas em cassinos online, segundo cálculos da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A entidade afirma que os apostadores estão usando o cartão de crédito nos jogos e ficando com as contas atrasadas.

Influência da indústria de apostas

De acordo com a publicação, a indústria influenciou substancialmente a política e regulamentação do jogo. A pesquisa também revelou deficiências no acompanhamento global dos danos causados pelos jogos pelos governos de cada país.

“A maioria das soluções políticas para os danos do jogo se baseia na noção de responsabilidade individual. Fornecer serviços de apoio, tratamentos e proteções para indivíduos em risco é, obviamente, importante, mas não é o bastante”, criticou a revista.

A The Lancet cita, no artigo, uma marca de casino on-line brasileira que fez parceria com um famoso jogador de futebol. Ele transmitiu ao vivo uma sessão de apostas por meio da sua conta em um serviço de streaming.

“Levantamos preocupações sobre a cultura de streaming de jogos de azar, principalmente sobre o risco de que as crianças possam ser expostas a conteúdo impróprio para a idade delas”, afirmaram os pesquisadores.

 

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