Pesquisa revela impacto das apostas esportivas nos hábitos do consumidor brasileiro
O setor de apostas esportivas online está em franca expansão no Brasil, com projetações de movimentar entre R$ 60 bilhões e R$ 100 bilhões até janeiro de 2024. Levando em consideração o aumento de usuários desse serviço, um estudo da PwC e Instituto Locomotiva revelou impactos das atividades de apostas no Brasil, que têm modificado o perfil de consumo do brasileiro, atingindo especial as classes menos favorecidas.
O setor de apostas esportivas experimentou um crescimento notável nos últimos anos, tornando-se um dos segmentos de maior expansão do mercado. Além disso, o Brasil se tornou recentemente o líder mundial das apostas online, superando a Inglaterra, que detinha esse posto.
O aumento significativo de usuários tem chamado atenção de profissionais de diversas áreas, que buscam entender o impacto das casas de aposta na sociedade brasileira. Recentemente, foi revelado um estudo que ajuda a lançar luz sobre essa questão.
“Com a regulamentação das apostas esportivas, testemunhamos como o digital pode remodelar o consumo e o lazer das classes C, D e E. Este setor em crescimento demonstra a importância de acompanhar as tendências e adaptar estratégias de negócio para capturar novas demandas de um mercado dinâmico”, comenta o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles.
Mudança nos hábitos de consumo
O estudo em questão foi realizado pela PwC e pelo Instituto Locomotiva. Conforme revelado pela pesquisa, os impactos mais significativos recaem sobre os estratos sociais menos favorecidos.
Segundo os dados coletados pelos pesquisadores, o aumento da participação no mercado de apostas online tem provocado mudanças no orçamento familiar e no perfil de consumo, em especial nas classes C, D e E.
De onde vem o dinheiro das apostas?
A pesquisa também procurou saber a origem dos recursos utilizados nas apostas e descobriu que o dinheiro usado este mercado se destinava, antes, a investimentos na poupança ou despesas com restaurantes e delivery.
De acordo com o estudo, quando perguntados para onde destinariam os recursos investidos caso parassem de apostar, 47% dos brasileiros afirmam que aplicariam esses recursos na poupança.
Por outro lado, para manter suas atividades de apostas, os apostadores optam por reduzir gastos com alimentação.
O perfil do apostador padrão
A pesquisa destaca que o perfil dos apostadores é composto em sua maioria por homens (52%), com idade até 30 anos.
Geograficamente, o Sudeste lidera como a região mais ativa, respondendo por 48% dos usuários, seguido pelo Nordeste, com 28%.
Mercado de bilhões
No que diz respeito ao cenário macro da economia, os prognósticos são animadores. Só em 2023 o número de empresas atuando no setor aumentou exponencialmente, saltando de 51 em 2020 para 308 no último ano.
As projeções indicam que até janeiro de 2024, o mercado de apostas esportivas poderá movimentar entre R$ 60 bilhões e R$ 100 bilhões. Esse aumento notável confirma o ambiente de rápido desenvolvimento no setor.
Já no próximo ano, espera-se que as despesas com apostas representarão aproximadamente 5% dos gastos totais com alimentação dos brasileiros. Além disso, até 2026, estima-se que a indústria de apostas terá um crescimento anual sete vezes maior do que o setor de mídia e entretenimento. (Esporte e Mídia)