PF informa que artistas e influenciadores pagavam propina para polícia não investigar ligação com jogos de azar e rifas ilegais em SP

Blog do Editor I 13.12.24

Por: Magno José

Compartilhe:
PF informa que artistas e influenciadores pagavam propina para polícia não investigar ligação com jogos de azar e rifas ilegais em SP
Os artistas concordaram em pagar as propinas a fim de evitar prejuízos econômicos e de imagem (Foto: Divulgação/Polícia Federal)

A Força-Tarefa de Combate ao Crime Organizado (Ficco), em ação conjunta com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), realizou na manhã desta quinta-feira (12), a Operação Latus Actio II, com o objetivo de reprimir crimes de corrupção ativa e passiva e a contravenção penal por exploração de jogos de azar. A operação foi contra policiais civis de São Paulo que teriam solicitado propina a influenciadores, empresários e cantores para, supostamente, não darem continuidade às investigações relacionadas a jogos de azar.

Após a deflagração da primeira fase da operação, em 12 de março deste ano, novas evidências coletadas no material apreendido permitiram constatar que policiais civis de São Paulo teriam solicitado propina a produtores, empresários e cantores de funk para não investigá-los por exploração de jogos de azar – no caso, rifas promovidas e divulgadas por artistas e influenciadores em suas redes sociais.

Foram cumpridos um mandado de prisão preventiva e seis de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Mauá, São Caetano do Sul, Mogi das Cruzes e São José dos Campos. A SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirmou que a Corregedoria da Polícia Civil acompanhou a operação e colaborou com as investigações.

De acordo com a PF, os suspeitos divulgavam rifas em suas redes sociais. Na operação, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva para um policial civil.

Conforme nota informativa da Coordenação Geral de Fiscalização Comercial do Ministério da Fazenda, a realização de sorteios que caracterizem “rifa” não é autorizada pelo Ministério da Fazenda, tratando-se, portanto, de jogo ilegal.

Os artistas e influenciadores que promoveram as rifas ilegais temiam que as investigações conduzidas pelos policiais civis investigados resultassem em ordens judiciais determinando o bloqueio, ainda que temporário, de suas contas e perfis nas redes sociais. Por isso, teriam concordado em pagar as propinas, a fim de evitar prejuízos econômicos e de imagem.

Um dos alvos é o influenciador e funkeiro MC Paiva. No endereço ligado a ele, em Mogi das Cruzes, a PF apreendeu colares e correntes e relógios. Uma das correntes tem a inscrição “Magnata”, título de uma das músicas do artista. Nas redes sociais do funkeiro, que tem mais de 400 mil seguidores, das últimas sete publicações, cinco são relacionadas a apostas online.

 

Comentar com o Facebook