Roxoterra, com Jeane Alves, o herói do Grande Prêmio São Paulo

Jockey I 16.05.22

Por: Elaine Silva

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A primeira vitória de uma mulher na história do Grande Prêmio São Paulo foi da joqueta cearense Jeane Alves (Foto: Porfírio Menezes)

Roxoterra, de criação e propriedade do Haras Fazenda Boa Vista, filho de Gol Tricolor e Artemia, por Kalanist, proporcionou a joqueta cearense, Jeane Alves, a primeira vitória de uma mulher na história do Grande Prêmio São Paulo. Nos 100 metros finais, quando o seu pilotado dominou Oberyn, do Stud Happy Again, segundo colocado na prova, e Head Office, com Jorge Ricardo, o recordista mundial, o terceiro, o hipódromo paulistano, literalmente veio abaixo. O triunfo da joqueta emocionou a plateia, ao experiente locutor, Roberto Casella, e também ao repórter, Jair Bala. Afinal, era um momento histórico. Além de liderar a estatística, na frente de todos os jóqueis, Jeane Alves, uma mulher, acabava de conquistar a maior prova do turfe bandeirante.

O treinador de Roxoterra, Emerson Garcia, dedicou o triunfo ao seu irmão, Eduardo Garcia, que treinava Roxoterra até bem pouco tempo, e faleceu devido ao problema cardíaco. “Eu nada fiz. Recebi o cavalo pronto por ele. Ele tinha o sonho de ganhar este páreo e dedicar a vitória a minha cunhada. Apenas procurei manter o cavalo em forma para disputar a prova. É muita alegria com o triunfo, e ao mesmo tempo alguma tristeza e frustração, por ele não estar mais aqui para viver esta emoção”, desabafou emocionado.

Jeane Alves tinha a medida exata da importância do seu triunfo. Cercada por fãs, admiradores e colegas de profissão, que lhe davam parabéns, ela deu entrevista, aos prantos a Jair Bala; “Desculpe esta enorme emoção. Muita gente torcia por mim hoje. E eu não poderia decepcionar este povo todo. Recebi mensagens de incentivo de tudo o que era canto. Gostaria de agradecer a toda a equipe, que confiou em mim, e dedicar esta vitória ao Eduardo Garcia, que, infelizmente foi embora, sem viver a emoção deste dia. Mas, ele com certeza está lá do céu vendo tudo”, afirmou.

Oberyn não nega fogo e voltou a correr bem. Perdeu a corrida no detalhe. O seu piloto, Henderson Fernandes, montou o fino, mas teve de se aproximar logo de Head Office, que também correu demais. Quando finalmente dominou o pilotado de Jorge Ricardo, Roxoterra apareceu feito um bólido, e dominou os dois rivais. Dom Cambay, do Haras Cambay, que atuou no fundo do lote, repetiu a excelente corrida do Derby, quando foi segundo colocado, e hoje, contra os mais velhos, foi ótimo quarto lugar. Uma tarde inesquecível. De suma importância para as mulheres, que lutam de forma incessante pela igualdade social. Muitos homens não aceitam e teimam em lhes negar. Jeane Alves lavou a alma do grande público feminino presente a Cidade Jardim. (Raia Leve – Paulo Gama)

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