Santa Casa cancela parceria com Banco de Brasília para explorar jogos e loterias
O jornal escreve que a parceria foi cancelada na sequência da auditoria externa à Santa Casa Global (SCG), empresa criada para levar a cabo o projeto de internacionalização da SCML durante o período em que esta era liderada por Edmundo Martinho, e que apontará para “procedimentos que não cumpriram as normas em vigor e indícios de irregularidades”, segundo indicou já a atual provedora da instituição, Ana Jorge.
No Brasil, a auditoria a cargo da consultora internacional BDO terá descoberto uma rede complexa de cinco empresas e 11 sócios no Brasil.
A parceria com o Banco de Brasília, anunciada em abril deste ano, teria sido concretizada através da criação da empresa BRB Loterias, da qual a SCG Holding deteria 49,9% do capital (com a SCG Portugal a ter 80,1% do capital social desta holding).
Porém, logo em maio o Tribunal de Contas do Distrito Federal determinou a suspensão do negócio, pedindo esclarecimentos sobre a competência do Banco de Brasília no âmbito da exploração de jogos sociais e loterias e sobre os procedimentos do processo.
Segundo o Público, o arrastar deste processo terá dado oportunidade à SCML de cancelar a parceria com o banco sem custos. De contrário, a Santa Casa teria que investir 14 milhões de euros.
Segundo as informações já prestadas pela atual provedora da SCML no Parlamento, a Santa Casa Global tinha autorização para aplicar cinco milhões de euros no projeto de internacionalização, mas foram realizadas transferências superiores a 27 milhões de euros.
Ana Jorge comunica irregularidades da Santa Casa Global à PGR
Em setembro deste ano, a provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), Ana Jorge, revelou que tinha recebido um memorando da empresa que está fazendo a auditoria forense e financeira da Santa Casa Global, empresa criada pelo antigo provedor Edmundo Martinho para levar a cabo um projeto de internacionalização da SCML. Segundo Ana Jorge, esse memorando “aponta para procedimentos que não cumpriram com as normas em vigor e para indícios de irregularidades” nos anos de 2021 e 2022.
Aposta da Santa Casa na África e na América do Sul custou 20 milhões
O projeto de internacionalização da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), desenvolvido pela empresa Santa Casa Global, já custou 20 milhões de euros, mas ainda não obteve receitas. Segundo apurou o PÚBLICO junto de fonte da SCML, o investimento rondou os 11 milhões de euros em 2021 e ultrapassou os 9,5 milhões no ano seguinte de 2022. Instabilidade política no Peru foi uma das dificuldades enfrentadas, no Brasil o Tribunal de Contas do Distrito Federal suspendeu o negócio e em Moçambique, os resultados só começariam no próximo ano.