Santa Casa cancela parceria com Banco de Brasília para explorar jogos e loterias

Loteria I 23.10.23

Por: Magno José

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Santa Casa cancela parceria com Banco de Brasília para explorar jogos e loterias
Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) tomou decisão para não perder mais 14 milhões. Auditoria externa revelou que Santa Casa Global tem uma rede de cinco empresas e 11 sócios no Brasil

O jornal escreve que a parceria foi cancelada na sequência da auditoria externa à Santa Casa Global (SCG), empresa criada para levar a cabo o projeto de internacionalização da SCML durante o período em que esta era liderada por Edmundo Martinho, e que apontará para “procedimentos que não cumpriram as normas em vigor e indícios de irregularidades”, segundo indicou já a atual provedora da instituição, Ana Jorge.

No Brasil, a auditoria a cargo da consultora internacional BDO terá descoberto uma rede complexa de cinco empresas e 11 sócios no Brasil.

A parceria com o Banco de Brasília, anunciada em abril deste ano, teria sido concretizada através da criação da empresa BRB Loterias, da qual a SCG Holding deteria 49,9% do capital (com a SCG Portugal a ter 80,1% do capital social desta holding).

Porém, logo em maio o Tribunal de Contas do Distrito Federal determinou a suspensão do negócio, pedindo esclarecimentos sobre a competência do Banco de Brasília no âmbito da exploração de jogos sociais e loterias e sobre os procedimentos do processo.

Segundo o Público, o arrastar deste processo terá dado oportunidade à SCML de cancelar a parceria com o banco sem custos. De contrário, a Santa Casa teria que investir 14 milhões de euros.

Segundo as informações já prestadas pela atual provedora da SCML no Parlamento, a Santa Casa Global tinha autorização para aplicar cinco milhões de euros no projeto de internacionalização, mas foram realizadas transferências superiores a 27 milhões de euros.

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Ana Jorge tomou a decisão depois de ter visto o relatório da auditoria externa sobre os negócios no Brasil (Foto: SCML)

Ana Jorge comunica irregularidades da Santa Casa Global à PGR

Em setembro deste ano, a provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), Ana Jorge, revelou que tinha recebido um memorando da empresa que está fazendo a auditoria forense e financeira da Santa Casa Global, empresa criada pelo antigo provedor Edmundo Martinho para levar a cabo um projeto de internacionalização da SCML. Segundo Ana Jorge, esse memorando “aponta para procedimentos que não cumpriram com as normas em vigor e para indícios de irregularidades” nos anos de 2021 e 2022.

Aposta da Santa Casa na África e na América do Sul custou 20 milhões

O projeto de internacionalização da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), desenvolvido pela empresa Santa Casa Global, já custou 20 milhões de euros, mas ainda não obteve receitas. Segundo apurou o PÚBLICO junto de fonte da SCML, o investimento rondou os 11 milhões de euros em 2021 e ultrapassou os 9,5 milhões no ano seguinte de 2022. Instabilidade política no Peru foi uma das dificuldades enfrentadas, no Brasil o Tribunal de Contas do Distrito Federal suspendeu o negócio e em Moçambique, os resultados só começariam no próximo ano.

 

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