Setor de jogos e o segundo turno das eleições…

Blog do Editor I 29.10.10

Por: sync

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Chegou o momento de definir o voto no segundo turno das eleições presidenciais: Serra ou Dilma?


Antes do primeiro turno, fizemos uma análise de cada candidato e sua relação e manifestação com o setor de jogos de azar no país. Atualmente, este setor depende mais do legislativo do que do executivo, mas dois aspectos devem ser levados em consideração: a opinião do presidente tem um grande peso no processo de legalização e será o ocupante do Palácio do Planalto que sancionará a lei que for aprovada pelo Congresso Nacional e editará o decreto regulamentador com as regras da operação.


Conforme o BNL informou na outra análise (Como o setor de jogos de azar deve votar nestas eleições? – 01.10.10), o candidato José Serra já se manifestou em várias oportunidades, que é contrário: "Eu sou contra legalizar bingo, jogo e cassino, porque é uma ilusão (dizer) que isso gera empregos", disse o candidato do PSDB, após a aprovação do Projeto dos Bingos na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.


Já Dilma Roussef já se manifestou publicamente sobre a necessidade de criação de um modelo para o setor e que o governo admitia estudar a legalização dos bingos e caça-níqueis no País: “É óbvio que, na medida em que aprofundarem as investigações, um modelo institucional para a questão dos jogos de azar vai ser delineado no Brasil”, afirmou. Além disso, a candidata do PT teve uma participação fundamental durante a votação do Projeto dos Bingos na CCJ.

Dilma presidente

Com a divulgação das últimas pesquisas nesta quinta-feira(28) das últimas pesquisas antes das eleições do próximo domingo, Dilma aparece com uma vantagem sobre Serra de 12 pontos no Datafolha (56% Dilma x 44% Serra) e 14 pontos no IBOPE (57% Dilma x 43% Serra), considerando apenas os votos válidos nas duas pesquisas. Como o número de indecisos nas duas pesquisas é de apenas 4%, demonstra que há menos espaço para mudanças na tendência de favoritismo da candidata do PT. Ou seja, o jogo já está jogado.


Como bem disse um amigo da Coluna que trabalha pela legalização, “somos apenas uma folha no meio da ventania, sem as mínimas condições de influenciar o vento. Temos apenas que observar atentamente o solo para preparar a nossa aterrizagem quando o vento parar. Isso nós estamos fazendo. Aliás, sempre tivemos pontes nos dois lados do rio político. Temos que sobreviver”.

Preocupação

Mas a Coluna tem uma preocupação com a possível eleição da candidata do PT. Estrela em ascensão do projeto de Dilma Rousseff, o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) é cotado para ministro da Justiça, caso Dilma vença as eleições, e também para a vaga do ex-ministro Eros Grau no STF.


Durante a votação do Projeto dos Bingos na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara no fim do ano passado, o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), posicionou-se publicamente a proposta, por entender que o faturamento favoreceria apenas aos empresários. “O projeto é absurdo, legaliza o jogo, favorece a lavagem de dinheiro e não oferece contrapartidas para o Estado. A Receita não tem condições de fiscalizar todas as casas”, disparou Cardozo.


Após a votação na CCJ, o parlamentar participou de vários debates sobre o assunto, inclusive com o presidente da Abrabin, Olavo Sales da Silveira no programa ‘Entre Aspas’ da ‘Globonews’ e em todas as oportunidades não poupou críticas ao Projeto dos Bingos.  Mas o parlamentar ressalvou em algumas oportunidades que não era contrário a legalização dos bingos, mas que discordava de alguns pontos do Projeto dos Bingos: “sou contra o projeto da forma que está”, comentou através do Twitter.


Na entrevista ao
programa ‘Brasil em Debate’ da TV Câmara
, ao ser perguntado se acreditava que o presidente Lula sancionaria o Projeto dos Bingos, caso fosse aprovado pelo Congresso Nacional, o parlamentar paulista respondeu: “Não sei. Acho que vai depender muito da expressão da votação do legislativo. O Presidente da República leva muito em conta a representação da sociedade no parlamento”. 

Mas, existe o imponderável…

O colunista do Parana Online, Dante Mendonça, registra que com os cassinos a todo o vapor, nas eleições para presidente da República em 1945 houve dois candidatos: o Marechal Dutra e o Brigadeiro Eduardo Gomes. Assim como hoje, a nação se dividiu entre aqueles que votavam no Marechal porque ele era casado com dona Carmela Dutra (Dona Santinha) e aqueles que votavam no Brigadeiro, porque era bonito e solteiro.

Dutra tinha o apoio do PTB-PSB, de todos os crupiês, banqueiros do jogo do bicho e donos de cassino. Udenista, Eduardo Gomes era contrário a qualquer espécie de jogo. Inclusive ao jogo de cintura.


Feitas as apostas, correu a roleta da democracia e venceu dona Carmela Dutra, que mandou o marido fechar todos os cassinos do Brasil. (Leia no BNLData:
60 anos sem cassino no Brasil)


Portanto, caro apostador, veja bem em quem vai votar no próximo domingo: “Quer conhecer o vilão, dê-lhe na mão o bastão!”. 

Comento

Quero acreditar que o setor de jogos de azar já tenha enfrentado esta situação com o Presidente Lula e com a Dilma será diferente…

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