A nova manobra da União no STF contra bets da Loterj

Apostas, Loteria I 17.12.24

Por: Magno José

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LOTERJ contesta no STF ação da AGU contra atuação nacional das empresas autorizadas
Nos bastidores, a avaliação é de que a nova provocação ao ministro visa prejudicar a decisão do TRF-1, que liberou as empresas credenciadas pela autarquia do Rio de continuarem a operar sem a necessidade de chancela do órgão federal

A AGU lançou mão de uma nova manobra jurídica para forçar a obrigatoriedade do credenciamento de casas de apostas junto ao governo federal. O movimento se deu após o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) rejeitar na semana passada um recurso contra liminar uma obtida pela Loterj junto à Justiça Federal do Distrito Federal, registra o Blog do Lauro Jardim no Globo Online.

O órgão pediu para o STF “suprir obscuridades” em relação à extensão e ao alcance da decisão no que diz respeito aos entes estaduais e sua competência para a exploração de apostas de quota fixa.

A AGU quer esclarecer se tais entes “estão igualmente obrigados a observar as regulamentações do Ministério da Fazenda referentes à exploração comercial da modalidade loteria de aposta de quota fixa, assim como, se devem observar as demais orientações expressas na decisão”.

Quem acompanha as ações de perto entende que a União visa forçar uma discussão sobre a competência regulamentar dos Estados para exploração e regulamentação dos serviços lotéricos, reacendendo uma questão já julgada pela Corte em 2020.

O questionamento foi feito por meio de embargos de declaração apresentados a Luiz Fux em duas ações diretas de inconstitucionalidade, propostas pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e pelo Solidariedade.

As ações questionam a constitucionalidade da Lei 14.790, que dispõe sobre a regulamentação das bets e foi assinada por Lula em dezembro de 2023.

Foi do âmbito dessas ações que Fux determinou liminarmente medidas para proibir uso de benefícios sociais em apostas e propagandas destinadas a públicos menores de idade, por exemplo.

Nos bastidores, a avaliação é de que a nova provocação ao ministro visa prejudicar a decisão do TRF-1, que liberou as empresas credenciadas pela autarquia do Rio de continuarem a operar sem a necessidade de chancela do órgão federal e nos termos do edital aberto pela Loterj em abril de 2023.

Ou seja, caso Fux decida que os estados devem observar as portarias publicadas pela Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) do Ministério da Fazenda, seria ultrapassada a perda sofrida pela AGU

E mais: a decisão de Fux poderia impactar em outra ação, sob relatoria de André Mendonça, para proibir a Loterj de autorizar a exploração da atividade em âmbito nacional.

Confira a Petição do Embargo de Declaração da AGU sobre a decisão do Ministro Luiz Fux

 

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